A edição deste domingo da Folha de São Paulo traz matéria sobre a morte do ex-vereador Pedro do Caminhão. “Era um homem de gênio forte”, destaca a reportagem.
Confira o texto abaixo:
Pedro do Caminhão, um vereador peculiar
Foi no anos 1980, durante as andanças pelas estradas do país, que Pedro Coutinho foi surpreendido pelo sorteio de uma casa para morar na pequena Mangabeira, em João Pessoa (PB). Nascido em Caiçara (a 143 km de João Pessoa), trabalhou em oficinas mecânicas e tinha o sonho de melhorar a vida das pessoas da cidade que o acolheu.
Com o ofício de caminhoneiro exercido por muitos anos, adotou a alcunha de Pedro do Caminhão e, mesmo com as longas jornadas, sempre estava em contato com lideranças em favor dos mais pobres.
Era um homem de gênio forte, e de uma capacidade incrível de convencer as pessoas, lembra o amigo Gonçalves. No início dos anos 1990, se candidatou duas vezes a vereador, sendo o terceiro mais votado em 1996. Exerceu dois mandatos.
De fala fácil e engajado com as pessoas, estava sempre por perto. Chegou a abrir um gabinete dentro da própria casa além de atender às reivindicações da população, tinha serviços de corte de cabelo, odontológicos e a distribuía medicamentos. Também tinha um ônibus para o transporte de pessoas com deficiência.
Foi autor de projetos de lei polêmicos, como quando quis emplacar carroças de burro e bicicletas.
Nos últimos tempos, afastado da política, dedicou-se à família e aos amigos. Seus simpatizantes em João Pessoa agora lutam para batizar um monumento da cidade em sua homenagem.
Morreu no dia 6, aos 66, após dois meses internado por complicações de um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Deixa a mulher e cinco filhos.
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