O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) voltou a afirmar, ontem, que considera difícil a aprovação da reforma da Previdência encaminhada pelo Palácio do Planalto, diante das resistências tornadas públicas por inúmeros parlamentares e da circunstância de 2018 ser um ano eleitoral em que políticos irão às urnas renovar mandatos ou conquistar outros postos. O parlamentar salientou, entretanto, que ainda acredita ser possível reunir os votos necessários à aprovação da reforma previdenciária, desde que haja um engajamento efetivo por parte de prefeitos e governadores.
Maia lembrou que os gestores estaduais e municipais também dependem de regras mais flexíveis, devido às crises fiscais, em alguns casos agravadas pelo déficit previdenciário, daí exortar os prefeitos e governadores a assumirem a cruzada que vem sendo desfraldada ostensivamente pelo presidente Michel Temer (MDB). Para Rodrigo Maia, somente com a mudança nas regras da Previdência as cidades e Estados voltarão a ter fôlego para investir, gerar empregos e renda e crescer nos próximos anos.
Ele atribuiu resistências havidas no âmbito da própria sociedade ao desconhecimento da realidade concreta em torno do projeto de reforma, alertando que mudanças pontuais foram introduzidas justamente para atender às demandas ou reivindicações de segmentos da sociedade preocupados com a ameaça de retirada de direitos adquiridos ao longo do tempo. As mudanças vão ajudar municípios e Estados que estão quebrados a voltar a investir. É importante que eles agreguem votos e nós precisamos que eles ajudem nesse sentido, afirmou o presidente da Câmara a jornalistas no Sambódromo da Marquês de Sapucaí.
O dirigente da Câmara não quis aprofundar comentários nem palpites sobre quantos votos o governo contabiliza para pautar a reforma naquela Casa, mas destacou que a matéria somente será submetida à votação se houver a garantia de votos suficientes. Rodrigo Maia reiterou que o prazo para a votação do projeto na Câmara é o final deste mês e que não há possibilidade de esse limite ser estendido. Na semana passada, ele afirmou que se o texto não for votado agora em fevereiro deverá ficar para o ano que vem, ponderando que uma eventual votação em novembro dependeria do presidente da República a ser eleito este ano.
Folhapress