O senador José Maranhão, presidente do diretório regional do MDB, avalia que conseguiu turbinar sua pré-candidatura ao governo do Estado mediante contatos mantidos no final de semana com parlamentares federais e estaduais da legenda. O parlamentar aparentemente dobrou resistências como a do deputado federal Veneziano Vital do Rêgo, estancando ameaças de debandada generalizada nas hostes emedebistas.
Interlocutores de Maranhão revelam que o senador ganhou um reforço extra para aquecer seu projeto de voltar ao Palácio da Redenção: a perspectiva de repartir com candidatos às eleições proporcionais este ano parcelas oriundas do Fundo Partidário e liberadas de conformidade com a Lei. Os prováveis candidatos às eleições de outubro vinham se mostrando inquietos com o risco da falta de suporte financeiro para a infraestrutura de campanha, diante das restrições oriundas dos escândalos de caixa dois detectados nos últimos anos no país e da própria dificuldade de arrecadação de recursos por agremiações e postulantes.
Esses problemas, entretanto, caminham para o equacionamento. Ficou decidido a partir de Brasília que os caciques de cada legenda definirão quem, entre os candidatos, vai receber dinheiro e estrutura e aparecer com maior destaque nas propagandas, diante da maior possibilidade de angariar e puxar votos. Até no Palácio do Planalto, no círculo ligado ao presidente Michel Temer, voltou a ser aventada a hipótese de candidatura própria dele à reeleição pelo MDB, não obstante percentuais baixíssimos de aprovação ao seu governo. O Planalto já avalia que estar próximo do governo pode constituir uma vantagem. Os candidatos terão que centrar seus discursos em realizações relacionadas a eles e quem investe e faz obras é o governo, raciocina-se nessas áreas.
Para todos os efeitos, a presumível candidatura de Temer é uma incógnita a ser definida mais na frente. No que diz respeito a Maranhão, ele se motivou com os resultados de encontro promovido com emedebistas na sua residência no Altiplano Cabo Branco, avaliando ter tido sinais de incentivo para avançar na meta da candidatura. Os contatos tendem a ser intensificados com outras lideranças ainda desengajadas ou desmotivadas.
Em outra frente, os partidários do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD) comemoram a sua nova estratégia de assumir mais ostensivamente o plano de candidatura. A expectativa é de que o grupo Cunha Lima, do PSDB, liderado pelo senador Cássio, componha a chapa de Luciano, indicando a doutora Micheline Rodrigues, mulher do prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, como vice. Até aqui, Romero tem argumentado que está focado na conquista do Palácio da Redenção. Mas uma conversa entre Cartaxo e ele teria passado a régua e fixado os limites da composição a ser celebrada, segundo fontes autorizadas.
Nonato Guedes