O senador José Maranhão, presidente do diretório estadual do MDB e pré-candidato ao governo, voltou a ser cobrado pelos deputados estaduais Nabor Wanderley e Raniery Paulino quanto a uma definição sobre viabilidade de aliança competitiva a ser firmada pela agremiação no pleito deste ano, com isto garantindo a permanência de políticos, como eles, que desejam concorrer à reeleição. Na semana passada, o senador reuniu lideranças emedebistas e anunciou que estaria viabilizando composições com outros partidos, mas a insistência é quanto aos passos que estão sendo dados e quanto à identidade das agremiações em entendimentos.
Raniery Paulino foi enfático ao destacar que a preocupação é com a chapa proporcional, justificando que com relação a uma virtual candidatura de Maranhão ao governo não há óbices desse ponto de vista, o senador contaria com os apoios dos que estão reivindicando outras definições. Dentro do MDB, há deputados federais também preocupados com seu futuro na legenda, a exemplo de Veneziano Vital do Rêgo, ex-prefeito de Campina Grande, que por várias vezes acenou com a perspectiva de pular a janela partidária prevista em lei e migrar para outra legenda com o interesse de manter sua sobrevivência política. Raniery não escondeu que parlamentares atualmente no MDB estão conversando com líderes de outros partidos.
Este seria o caso, por exemplo, de Nabor Wanderley, que juntamente com o filho Hugo Motta, deputado federal, estaria com linha direta com o PRB do deputado Jutay Menezes. O receio, segundo confessou Wanderley, é que composições celebradas de última hora venham a prejudicar militantes partidários com pretensões em jogo na disputa deste ano. Recordou que na campanha travada em 2014 o então PMDB largou praticamente sozinho no páreo, obrigando-se a enfrentar uma disputa fraticida, pela ausência de reforços. Nós não desejamos enfrentar a mesma conjuntura no pleito deste ano, admoestou. Por isso, não excluem a alternativa de migrar rumo a outra legenda, na hipótese de o MDB não proporcionar condições de igualdade. Nabor disse que reconhece a legitimidade de Maranhão para disputar o governo do Estado, diante da experiência comprovada nas três gestões que exerceu e das obras e serviços implementados. Aludiu, ainda, à honestidade, como uma característica do parlamentar. Para além disso, ele objeta que o MDB deve adotar o pragmatismo e aprofundar o diálogo com seus integrantes em torno das composições e acomodações para as próximas eleições.
Por Nonato Guedes