O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB) participará amanhã da reunião entre o presidente Michel Temer e gestores estaduais em Brasília para discussão de medidas com vistas à redução da violência. De acordo com Temer, será analisada, pontualmente, caso a caso, a situação das unidades da Federação. Ele não descartou a possibilidade de intervenções em outros Estados, como a que se deu no Rio, onde tropas do Exército ocupam as ruas. Temer deu posse, ontem, ao ministro Raul Jungmann na pasta da Segurança Pública, recém-criada, e qualificou de democrática e civil a intervenção militar no Rio de Janeiro.
– O governo federal não atuará apenas no Rio, uma vez que a ajuda federal é solicitada em todo o país. A intervenção no Rio é parcial e democrática, amparada pela Constituição Federal. Não será possível erradicar toda a insegurança do país de um dia para outro e peço o engajamento da sociedade civil no combate à criminalidade. O novo ministério vai combater duramente o crime organizado respeitando a lei e os direitos humanos acrescentou Temer, enfatizando que tem sido elogiável o comportamento das Forças Armadas e reconhecendo que além do combate à criminalidade é necessário dar soluções aos problemas sociais nas comunidades do Rio de Janeiro.
O interventor federal do Rio, general Braga Netto, afirmou que a integração das ações de inteligência, no âmbito da intervenção, servirá como laboratório para outros Estados. O Rio de Janeiro é um laboratório para o Brasil, proclamou. Braga Netto pronunciou-se à imprensa onze dias após o decreto de intervenção e revelou o propósito de ampliar o contingente policial nas ruas. O presidente Michel Temer pediu estudos para a liberação de verba federal à cidade fluminense com vistas a investimentos nas favelas, o que havia sido pleiteado pelo prefeito Marcelo Crivella, do PRB. O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB), rechaçou uma intervenção no Ceará, Estado que representa e que vem sofrendo com o incremento da criminalidade. Não há nenhum motivo ou justificativa para pensamento sequer sobre intervenção no Ceará, descartou.
Em sua posse no Palácio do Planalto, Raul Jungmann, que ocupava o ministério da Defesa, afirmou que parte da população do Rio de Janeiro clama pelo fim da violência mas ao mesmo tempo financia o crime organizado consumindo drogas. Jungmann verberou contra o que chamou de frouxidão de valores que levaria às drogas pessoas de classe média com recursos financeiros disponíveis. O novo ministério, de conformidade com Jungmann, deve se comprometer com a coordenação das ações na área de segurança pública em conjunto com Estados e municípios. A União precisa ampliar suas responsabilidades e coordenar, enquanto governo, a interação com entes federativos, coordenar os entes dentro de uma política cidadã, finalizou.
Nonato Guedes, com agências