O senador paraibano Cássio Cunha Lima (PSDB), vice-presidente do Senado, anunciou em Plenário, ontem, que está coletando assinaturas com vistas a viabilizar a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o fornecimento dos medicamentos órfãos, assim chamados os remédios destinados ao tratamento de doenças raras e que, por isso mesmo, têm um alto custo, sobretudo, para famílias de baixa renda. O anúncio se deu por ocasião da celebração, ontem, do Dia Mundial das Doenças Raras e a iniciativa de criação da CPI por parte de Cunha Lima foi elogiada por parlamentares como o senador Romário Alves de Souza (RJ), que considerou um descaso por parte do Ministério da Saúde a negligência na distribuição dos medicamentos raros.
– Não somente assinarei com prazer essa CPI, como pedirei ao líder do meu partido, o Podemos, para também integrar a Comissão acrescentou Romário. O senador Cássio Cunha Lima se disse lisonjeado com as manifestações de apoio, num testemunho da importância da Comissão para desembaraçar problemas porventura existentes na distribuição dos remédios excepcionais. Cunha Lima mencionou que em virtude da falha permanente do Ministério da Saúde na distribuição de medicamentos, pacientes estão morrendo em vários lugares do país. Com a instalação da CPI, será possível apurar o que vem acontecendo com esse segmento da saúde pública.
Por outro lado, o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB) deverá participar hoje em Brasília da reunião convocada pelo presidente Michel Temer (MDB) com gestores estaduais com vistas à discussão de medidas para conter de uma vez por todas a onda de criminalidade nas regiões. A questão mais controversa diz respeito à possibilidade de extensão, a outros Estados, do decreto de intervenção federal que foi adotado com relação ao Rio de Janeiro e que possibilitou às Forças Armadas o controle das ações de enfrentamento à violência. O Planalto não sinalizou concretamente de forma favorável à ampliação da intervenção militar, que tem provocado controvérsia entre especialistas em Segurança Pública e expoentes da classe política, mas fontes ligadas ao presidente Michel Temer confirmam a existência de estudos nesse sentido.
Ontem, Ricardo Coutinho assinou em Campina Grande ordens de serviço e abertura de licitações para obras que estão orçadas em pelo menos R$ 100 milhões, de acordo com suas estimativas. O pacote de obras vai ser executado pela Cagepa e Suplan, e o governador voltou a ser questionado sobre a hipótese de se desincompatibilizar ou não do cargo para disputar mandato de senador em outubro, reiterando não ter definição a respeito e acentuando que não conversou com a vice-governadora Lígia Feliciano, do PDT, que o sucederia com a renúncia. Não tem novo governo, não existe essa ideia, essa possibilidade. Não vai mudar nada em abril porque o governo vem dando conta e quem foi eleito, sinceramente, fui eu, alertou Ricardo, confessando em seguida: Sou apaixonado por governar o nosso Estado.
Nonato Guedes, com assessoria