O senador José Maranhão, pré-candidato a governador da Paraíba pelo MDB, deflagrou entendimentos em Brasília nas últimas horas com dirigentes do PSC e PHS Marcondes Gadelha e Benjamin Paiva, tratando sobre composições nas eleições de outubro. A conclusão dos entendimentos não foi vazada para a imprensa, mas Maranhão demonstra otimismo. Ele vinha sendo cobrado a pôr em prática esse processo por parlamentares que são candidatos à reeleição ou outros filiados com interesse em concorrer ao pleito proporcional e que consideram imprescindível a formatação de alianças capazes de lhes dar suporte e tornar competitivo o esquema na disputa. Em meio às cobranças, o senador revelara que já estava encaminhando as negociações.
Interlocutores do dirigente emedebista salientam que ele é sensível à pressão para que não se verifique uma debandada nas hostes do partido, o que o enfraqueceria para a disputa. Soube-se que o deputado federal Veneziano Vital do Rêgo, um dos mais preocupados com a demora nas articulações, engajou-se às conversas que Maranhão conduziu em Brasília pessoalmente. Embora mantenha boas relações com o governador Ricardo Coutinho, Veneziano Vital tem dito que não renega o compromisso firmado para apoiar Maranhão à sucessão estadual. Somente na hipótese de ter que migrar para outra legenda, dentro da estratégia de sobrevivência política, é que Veneziano admite apoiar a pretensão do secretário de Infraestrutura e Recursos Hídricos do governo estadual, João Azevêdo, de concorrer ao governo pelo PSB.
Maranhão promoveu um encontro na semana passada com emedebistas detentores de mandatos federais e estaduais na Paraíba e aproveitou a oportunidade para jurar que conseguiria a unificação partidária. Na sequência, prometeu detonar entendimentos políticos que viabilizem alianças com o MDB na disputa proporcional. Isto começou a ser feito, dentro de um cronograma baseado na paciência e no respeito às peculiaridades de cada agremiação, externou o senador José Maranhão. Os emissários maranhistas acreditam que a sua candidatura tende a se consolidar dentro do partido e insinuam, nos bastidores, que Maranhão dificilmente apoiará a candidatura do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, do PSD, por se sentir subestimado pelo alcaide da Capital nas tratativas para a sucessão de 2018.
Maranhão e Cartaxo compuseram chapa ao governo do Estado na disputa de 2006, derrotada por Cássio Cunha Lima-José Lacerda Neto. Em 2009, ambos foram investidos nos cargos com o afastamento de Cássio e Lacerda decretado pela Justiça Eleitoral. Em 2016, na campanha de Luciano pela reeleição a prefeito de João Pessoa, Maranhão o apoiou e concordou com a indicação do emedebista Manoel Júnior para vice. Mas o impasse voltou a reinar quando JM se lançou ao governo em 2018, descartando apoio in limine a uma eventual postulação de Luciano Cartaxo.
Nonato Guedes