A secretária de educação do município de Areia, Sandra Medeiros, expressou através de mensagem ao deputado federal pela Paraíba Luiz Couto, profunda decepção com o desprezo do parlamentar ao princípio constitucional do contraditório, quando de pronunciamento na Câmara, noticiado em nível nacional através do Programa Hora do Brasil na última terça-feira.
Em sua fala, ele reverberou infundada denúncia sobre fechamento de escola na zona rural da referida cidade, revestida de conotação político-partidária, posto que propagada por adversários do atual gestor, que são, a exemplo de Couto, aliados do Governo do Estado.
Muito triste e magoada, Sandra lembrou que apesar de há muitos anos ser eleitora do deputado-padre, nunca esperou daquele que escolheu como representante fosse capaz de abordar um fato como esse ouvindo apenas um grupo de pessoas manipuladas por políticos de interesses duvidosos e um sindicato que omitiu toda realidade da educação do município.
Silêncio como resposta
Não posso esconder minha decepção como militante que sou das causas sociais. Gostaria, que – em respeito a confiança que tantas vezes já depositei nas urnas em sua pessoa como representante e com líder religioso dito comprometido com a justiça social – o senhor procurasse me ouvir para entender a única e verdadeira realidade dos fatos, desabafou.
Ao final ela rogou a Deus para que o oriente e seja mais cuidadoso e responsável ao falar, para que não venha a macular a imagem de pessoas idôneas, sérias e trabalhadoras, que cultivam o legado deixado pelo educador e filósofo Paulo Freire: Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo. Como resposta protocolar, Sandra recebeu nesta quinta-feira, número telefônico de escritório político para agendamento de audiência
Sobre o factoide
Um grupo de crianças em idade escolar da comunidade rural do Sítio São José, onde está encravada a escola municipal Maria Emília Maracajá, incluída no processo de nucleação, está sendo submetido, após caminhar longas distâncias, a frequentar aulas em salas improvisadas cobertas por lonas e professores voluntários, sem oferecimento de merenda escolar, sem acesso a sanitários, com mobiliário inadequado.
O factoide, exposto de forma sensacionalista por meio de vídeo em redes sociais e em alguns sites por adversários políticos do atual gestor, motivou a secretária municipal de educação Sandra Medeiros a informar e solicitar auxílio ao promotor de justiça, curador da Criança e da Juventude da Comarca, no sentido de que os alunos vítimas desse movimento de resistência possam voltar a frequentar a rede municipal de ensino, assegurando-lhes o direito à educação digna e de qualidade prevista em lei.
Esse movimento, apoiado por alguns vereadores, conta com explícito envolvimento de líderes comunitários, movimentos sindicais e representações de classe, busca equivocadamente, estimular a comunidade a segui-lo, ignorando os ganhos introduzidos pela edilidade em favor das crianças/estudantes ligadas à rede municipal de ensino, afirmou.