O empresário Roberto Cavalcanti, diretor-proprietário do jornal Correio da Paraíba, o único veículo impresso, da iniciativa privada, a circular no Estado, saudou com entusiasmo o retorno do Jornal do Brasil em sua versão impressa, no Rio de Janeiro. Para Roberto, o fato confirma que há espaço para a convivência do modelo impresso com o formato digital, que hoje acolhe várias plataformas. A tecnologia facilita a disponibilização da informação mas não dispensa investimentos em profissionais qualificados, em meios para apuração dos fatos, em compromisso com a pluralidade (garantir espaços para as diversas tendências), independência e ética. Foi por estar ancorado nesse modelo de jornalismo que o Correio da Paraíba não apenas resistiu mas continuou crescendo. Nossa receita? Não quebrar jamais a confiança dos consumidores de informação. Credibilidade é uma conquista diária e nós aceitamos esse desafio, pontua Roberto Cavalcanti em artigo publicado na edição dominical do Correio.
A empresa paraibana fez publicar um anúncio de meia página em que afirma: O Jornal do Brasil voltou para mudar o ponto de vista sobre os jornais do Brasil. A peça tem o seguinte texto: Diziam que o jornal impresso iria acabar, mas o que estamos vendo é o aumento desta consagrada plataforma de comunicação. A volta do Jornal do Brasil, com a sua edição de relançamento completamente vendida, comprovou que as pessoas gostam de ler jornal por ser uma fonte de notícia confiável e por apresentar informações mais completas. Por este motivo, o jornal Correio continua sendo a referência em mídia impressa na Paraíba, agradando aos leitores e aos anunciantes que gostam de ter sua marca em destaque ao lado de matérias produzidas pela melhor equipe de jornalismo do nosso Estado. Além do Correio, o jornal oficial A União, o mais antigo em circulação na Paraíba, mantém sua versão impressa e circula na Capital e em várias outras localidades, tendo sido declarado pelo governo Ricardo Coutinho Patrimônio Imaterial, o que consolida a sua permanência.
Roberto Cavalcanti expressou, no artigo, que o sonho de ocupação dos espaços das empresas tradicionais de comunicação sofreu duro golpe quando as fake News ganharam dimensão, assim como o estrago produzido pela manipulação de informações. Como em outras áreas, a internet favoreceu mudanças no jornalismo. O crescimento do Google e do Facebook estimulou o surgimento de produtores de conteúdo que sonhavam em competir e vencer empresas tradicionais, que construíram marcas fortes. Nessas e em outras plataformas, igualmente influentes, prosperaram sites, alguns do eu sozinho, tentando virar fenômeno. A ética deu lugar a um vale tudo por visibilidade e ganhos, acentua Roberto Cavalcanti. Também a revista Veja, na versão impressa desta semana, dá destaque ao retorno do Jornal do Brasil, informando que no caminho inverso dos jornais em crise que migram para a internet, o JB, um símbolo do Rio que havia virado vite, volta às bancas em versão impressa. A Veja ironiza, contudo, que a julgar pela primeira edição ainda será preciso muito trabalho para chegar aos pés do que foi o JB do passado.
Nonato Guedes