O deputado federal Rodrigo Maia, presidente da Câmara, confirmou que vai se lançar candidato a presidente da República pelo Democratas, atendendo, conforme suas palavras, ao clamor de lideranças políticas da agremiação para que o DEM deixe de ter papel coadjuvante ou secundário na disputa presidencial. Deputado federal pelo Estado do Rio, Rodrigo tem sido um dos esteios da governabilidade do presidente Michel Temer no Congresso Nacional, sempre operando com vistas a facilitar a aprovação de matérias que o Executivo considera indispensáveis.
Rodrigo Maia deixou claro em entrevista a uma emissora de rádio de São Paulo que tem propostas para apresentar ao eleitor sobre os diferentes problemas nacionais, o principal deles a Segurança, já que o Estado do Rio está praticamente sob intervenção militar diante das consequências da criminalidade. Como presidente da Câmara, embora tenha divergências pontuais com o presidente Michel Temer, Rodrigo se dispôs a colaborar para a votação da reforma da Previdência. Ele ressalta que a PEC só não foi votada em plenário porque o Planalto resolveu retirá-la de pauta diante das insinuações dos próprios parlamentares da base governista sobre a necessidade de alterações na questão das aposentadorias.
Nas eleições presidenciais recentes no Brasil, o DEM, que é sucedâneo do PFL, absteve-se de lançar candidaturas próprias a presidente da República, compondo-se com partidos vitoriosos como o PSDB e ultimamente com o governo emedebista de Michel Temer, derivado do impeachment da petista Dilma Rousseff. Por sua vez, o sindicalista Guilherme Boulos, do MST, assinou ficha de filiação no PSOL como condição para lançar-se candidato a presidente da República. Ele tem a esperança de vir a contar com os votos e apoio dos petistas na hipótese de ser considerado inelegível o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pela esquerda movimenta-se, ainda, como pretendente, a deputada Manuela DAvilla, do PCdoB do Rio Grande do Sul, cujo lançamento foi saudado pelos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff.
De Brasília chegam versões dando conta de que o presidente Michel Temer voltou a discutir com seus interlocutores políticos a hipótese de se candidatar ou apoiar um outro nome, que seria o do ministro Henrique Meireles, atualmente no PSD mas com perspectiva de transferência para o MDB. Também se apresentam como alternativas na disputa presidencial o deputado federal Jair Messias Bolsonaro, ligado aos militares e aos setores conservadores e o ex-ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, filiado ao PDT. Aguarda-se ainda uma definição do PSDB, onde aparentemente o nome mais em evidência é o do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Especialistas políticos e políticos com mandatos avaliam que está praticamente esgotado o ciclo de revezamento no poder entre o PSDB e o PT, abrindo-se espaço para o favorecimento a outras agremiações.
Nonato Guedes