O deputado federal Rômulo Gouveia, presidente estadual do PSD, afirma que está percorrendo diversos municípios e conversando com lideranças políticas, buscando atraí-las para compor os quadros da legenda na disputa eleitoral deste ano. Estamos sempre buscando o fortalecimento da legenda, dando prioridade a composições e também a candidaturas competitivas entre nossos filiados. A estratégia passa, também, pela massificação das propostas do PSD em torno de um novo modelo administrativo e de desenvolvimento para a Paraíba, salientou Rômulo, cuja sigla ficou desfalcada do nome mais forte que tinha para disputar o governo, o do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo. O alcaide desistiu da postulação queixando-se da falta de unidade das oposições em torno do seu nome.
Até agora, Rômulo não sinalizou com uma candidatura-substituta ao governo dentro do PSD, mas deixa patente que não tem mágoas do prefeito Luciano Cartaxo, que respeita a sua decisão e que ele terá papel exponencial na campanha eleitoral deste ano, contribuindo para fortalecer outras postulações em jogo. O PSD vinha apostando todas as fichas em Luciano, pela receptividade no Estado da administração que ele empreende na Capital e que lhe valeu a vitória para a reeleição em primeiro turno nas eleições de 2016. Fiador da operação para acolher Cartaxo depois que ele se desfiliou do PT,
Rômulo, que foi vice-governador na primeira gestão de Ricardo Coutinho, tem buscado ser compreensivo com o gesto do prefeito da Capital. Chegou a minimizar o impacto da exploração da desistência de Luciano afirmando: O prefeito não desistiu do governo do Estado; ele optou por cumprir o mandato para o qual foi reeleito à frente da prefeitura de João Pessoa.
Além do PSD, outros partidos investem na manutenção e na ampliação dos seus quadros, faltando praticamente um mês para abertura da chamada janela partidária, que possibilitará migrações sem risco de sanções ou penalidades por alegada infidelidade. O senador José Maranhão, presidente do MDB, por exemplo, tenta conter as ameaças de migração do deputado federal Veneziano Vital do Rêgo e do deputado Hugo Motta, além dos deputados estaduais Nabor Wanderley e Jullys Roberto. Em outra frente, Maranhão está conversando com o deputado estadual João Henrique e a ex-prefeita de Monteiro, Edna Henrique, além do suplente de deputado Guilherme Almeida, para sensibilizá-los a ingressar no MDB. Maranhão acha que há muita especulação infundada sobre deserções de filiados como os deputados Nabor e Jullys Roberto, que lhe teriam negado propósito de deixar o MDB. Conversei com eles e também com o deputado Veneziano Vital e todos foram unânimes em negar as especulações, chegando a considerá-las mentirosas, detalhou Maranhão.
Pré-candidato a governador pelo MDB, Maranhão voltou a dizer que não fecha portas para uma aliança com o prefeito Luciano Cartaxo, que desistiu de concorrer ao governo, caso este queira apoiá-lo. Seria, de acordo com o senador, uma retribuição de apoios outorgado pelo então PMDB a Luciano Cartaxo em outras campanhas eleitorais. As relações em política não são unilaterais, enfatizou o parlamentar emedebista.
Interlocutores de Luciano avaliam como difícil um apoio dele à candidatura de Maranhão, lembrando que a cúpula do MDB paraibano devolveu cargos na gestão municipal numa época em que Luciano ainda posava de pré-candidato ao Palácio da Redenção. Sinceramente, não há clima, frisou uma pessoa da confiança de Cartaxo, observando que isso não envolve arranhões na relação do prefeito com o vice Manoel Júnior, que é do MDB.
Nonato Guedes