Ao participar, ontem, em Teresina, Piauí, do encontro de governadores do Nordeste para discussão da implementação de um Plano de Segurança que integre todos os Estados e o desenvolvimento de políticas públicas para a área, o gestor paraibano Ricardo Coutinho (PSB) alertou para a gravidade da questão. Disse que a temática da Segurança Pública ultrapassa os limites estaduais e tem se constituído no maior drama para o país, por ser complexa e ter uma relação direta com a desigualdade social. Os governadores debateram, em paralelo, propostas sobre a criação de um fundo nacional voltado para a Segurança.
Todas as sugestões formuladas e intervenções efetuadas foram inseridas na Carta de Teresina, que será encaminhada ao presidente Michel Temer como subsídio para outras medidas que estão em curso no âmbito federal. Igualmente foi assinado um acordo de cooperação visando a implementação de estratégias integradas de segurança pública e gestão penitenciária. Na opinião do governador paraibano, o Brasil se transformou, lamentavelmente, numa fábrica de produção de matéria-prima para a criminalidade. Isto é doloroso, enfatizou.
Ricardo Coutinho criticou o enfoque sobre se a Segurança tem que ser permanente e obrigatória, salientando que passou o tempo em que os problemas da Segurança eram colocados apenas nas costas dos governadores. A responsabilidade é integrada, inclusive, porque toda a sociedade se preocupa com a problemática. Ricardo Coutinho pontuou que sempre defendeu que o país tivesse um ministério específico para cuidar da Segurança Pública, o que foi materializado agora pelo governo do presidente Michel Temer depois de confrontado com a explosão da violência no Rio de Janeiro, que originou a decretação de intervenção militar.
– Eu espero que o Ministério da Segurança recém-criado tenha compromisso e políticas públicas de médio e longo prazos adiantou o governador Ricardo Coutinho. A respeito da população carcerária, o socialista avaliou que é preciso tratar os crimes e as penas de forma separada. Acho que crimes cometidos em forma de associação deveriam ter a guarda do governo federal e que os envolvidos com o crime organizado devem ir para os presídios federais, sugeriu o chefe do Executivo paraibano. A administração de Ricardo tem sido criticada com veemência por adversários políticos e por setores da sociedade por não ter conseguido avançar com vistas a deter a escalada violenta que se verifica a cada semana. O governador deixou claro, entretanto, que não tem medido esforços para possibilitar melhores condições de combate à criminalidade por parte dos órgãos do Estado.
Nonato Guedes