Começa a vigorar hoje o prazo para que deputados federais e estaduais interessados em concorrer nas eleições de outubro possam mudar de partido sem correr risco de perder o mandato. O período é denominado de janela partidária, dura 30 dias e se encerra à meia-noite de seis de abril, excluindo do benefício os vereadores, já que não haverá eleições municipais este ano. Na Paraíba, houve quem se antecipasse à vigência do prazo. Ontem, o deputado federal André Amaral anunciou sua desfiliação do MDB e consequente ingresso no Pros, que é liderado por seu pai.
Amaral, que obteve uma votação ínfima para a Câmara nas eleições de 2014, ascendeu à titularidade, deixando a suplência, com a renúncia de Manoel Júnior para assumir a vice-prefeitura de João Pessoa na chapa encabeçada pelo prefeito reeleito Luciano Cartaxo, do PSD. Embora o Pros seja qualificado pela mídia como integrante da categoria dos partidos nanicos e sem maior projeção nacional, o deputado André Amaral atribuiu à legenda uma longa história de lutas por um Brasil mais inclusivo, menos desigual e mais democrático.
– Ficamos felizes disse ele pelo convite por termos conhecimento da bela história política do Pros, especialmente em torno de fortes bandeiras sociais e de políticas públicas. Queremos acertar e ir em direção ao clamor da sociedade, em nome do povo da Paraíba e do povo brasileiro, para somar e realmente ser mais Pros. Tenho certeza de que o partido e a nossa bancada continuarão respeitando e atendendo as demandas da coletividade.
O líder do Pros na Câmara, deputado Felipe Bornier (RJ) antecipou que na próxima semana o partido receberá novos integrantes que, assim como André Amaral, se somarão na defesa das principais bandeiras do partido. Ainda há uma expectativa, na bancada federal paraibana, que o deputado Hugo Motta também deixe o PMDB, em virtude de insatisfações com a cúpula do partido presidida pelo senador José Maranhão, que se anuncia pré-candidato ao governo do Estado. Maranhão, aliás, vinha assegurando que não haveria defecções dentro do partido, baseado em conversas que teria mantido com filiados ilustres da agremiação. A decisão de André Amaral coincidiu com o ingresso simbólico, no PSL, do deputado federal Jair Bolsonaro, pré-candidato a presidente da República. Bolsonaro está na nona legenda desde que entrou para a política.
Nonato Guedes