O governador Ricardo Coutinho (PSB) admitiu, ontem, uma reaproximação política com o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD), ao falar a jornalistas durante o lançamento da campanha Pela Vida das Mulheres no Palácio da Redenção. O chefe do Executivo paraibano enfatizou que está aberto ao diálogo com todas as forças políticas do Estado, inclusive, com o grupo de Cartaxo, que desistiu da candidatura ao governo nas eleições de outubro, abespinhado com a demora de legendas de oposição quanto a um consenso. Faço política em função de um projeto, de um conjunto de ideias e ações que movimentam a sociedade e o próprio poder público, justificou Ricardo.
De acordo com ele, o PSB está preparado para discutir alianças sem problemas, admitindo as diferenças de cada agrupamento político, buscando convergir e avançar cada vez mais em ações em prol do Estado. O importante é ter um caminho a percorrer, frisou Ricardo Coutinho, ainda aludindo às divergências pontuais porventura existentes. Ele revelou que até o dia 31 de março quer ser comunicado por todos os secretários que pretendem disputar mandatos eletivos a respeito das suas aspirações, a fim de que possa promover uma reforma administrativa na gestão.
O governador reagiu indignado à interdição do Instituto de Polícia Científica pelo Ministério Público do Trabalho, salientando não haver qualquer justificativa para tanto, a despeito das insinuações de que o órgão vem funcionando com precariedade absoluta. Ricardo anunciou o propósito de recorrer à Justiça, por considerar que a medida foi estapafúrdia e abre um precedente perigoso quanto à interdição de outros serviços públicos. Entre assessores do governador, por outro lado, revelou-se que ele recebeu com tranquilidade a notícia da definição da data para o julgamento da primeira Aije (Ação de Investigação Judicial Eleitoral) contra ele, no Tribunal Superior Eleitoral. O julgamento está previsto para o dia 13 e a cassação do governador é reivindicada por suposto abuso de poder político e econômico, o que ele contesta. A chamada Aije Fiscal já recebeu parecer do MPE pela cassação do governador, que teria concedido isenção de taxas do Detran e outros benefícios fiscais, configurando-se a utilização da máquina pública para a conquista de votos.
Nonato Guedes