O ex-senador Efraim Morais, membro da Executiva Nacional do Democratas e presidente do DEM na Paraíba, opinou, ontem, que a candidatura do presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (RJ), a presidente da República, é pra valer e que o parlamentar constitui quadro ideal para unir o País. Rodrigo e o ex-ministro Ciro Gomes, do PDT, tiveram lançadas, ontem, suas pré-candidaturas ao Palácio do Planalto. O democrata recebeu sinalização de apoio de partidos aliados ao presidente Michel Temer (MDB), com quem duela pelo suporte de siglas que formarão a base de seus projetos eleitorais. Maia falou em diálogo e disse que firmará um pacto para romper com o que chama de velha política.
No evento do PDT, o ex-ministro e ex governador do Ceará Ciro Gomes declarou que vê crescer nas costas uma responsabilidade muito grande depois de ter ajudado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por 16 anos. Eu ajudo o Lula há 16 anos, pago um certo preço, uma certa agressividade fascitóide que está na internet e que insinua assim: ajudou a roubar, ajudou a não sei o quê e tal. Eu não respondo, comentou. Já há mais de 10 pré-candidatos a presidente da República, faltando 30 dias para o término do prazo de desincompatibilização e da janela partidária. Anteontem, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou renúncia ao mandato no dia seis de abril para entrar na disputa pelo Palácio do Planalto representando o PSDB.
O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), a ex-senadora Marina Silva (Rede), o senador Álvaro Dias (PV), a deputada Manuela DAvilla (PCdoB), João Goulart Filho (PPL), também estão posicionados para o páreo. Seguem como incógnitas o atual presidente Michel Temer (MDB), que não admite a candidatura mas não nega interesse e o ministro Henrique Meirelles, atualmente filiado ao PSD. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, que até então vinha liderando pesquisas de opinião pública, mantém-se formalmente como postulante apesar de condenado a 12 anos de prisão e de estar respondendo a ações penais. Lula sofreu mais uma derrota na Justiça nos últimos dias, quando o STJ negou a concessão de habeas-corpus preventivo que ele requereu para não ser preso. A estratégia do PT, anunciada com bastante antecedência, é a de manter o nome de Lula como única alternativa para disputar as eleições presidenciais, numa manobra destinada a sensibilizar parcelas do eleitorado a pressionar a Justiça a aceitar o seu registro.
Rodrigo Maia passa a impressão de que tentará descolar ao máximo a sua imagem da do atual presidente Michel Temer. Nesse sentido, foi considerada emblemática a afirmação que ele fez ontem: Quero uma candidatura para falar para o futuro, enquanto o atual presidente Michel Temer quer uma candidatura para defender um legado. O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, em resposta ao democrata, afirmou que o presidente Temer pode apoiar uma candidatura presidencial de Rodrigo Maia. Marun, inclusive, esteve na convenção do Democratas que foi realizada ontem.
Nonato Guedes, com agências