Com um futuro político indefinido, já que não decide se será ou não candidato ao Senado, e na alça de mira de tribunais que investigam ações sobre suposto uso da máquina administrativa para se beneficiar na disputa pela reeleição em 2014, o governador Ricardo Coutinho (PSB) enfrenta outros problemas na reta final da sua administração. Está brigado com a vice-governadora Lígia Feliciano, que é pressionada pelo PDT a ser, inclusive, candidata ao governo em outubro. E, depois de um período cumulando de atenções o senador e ex-governador José Maranhão, pré-candidato ao governo pelo MDB, Ricardo passa a fustigar JM.
Uma declaração veiculada nas últimas horas dá bem a medida das atitudes oscilantes do governador. Textualmente, ele assim se pronunciou, querendo diferenciar-se dos demais políticos: Para mim é mais importante o futuro do Estado da Paraíba do que um mandato para me beneficiar. Eu sei que isso é meio difícil na política, principalmente nessa política aqui da Paraíba. Tem gente que está para fechar o caixão e, mesmo assim, está se segurando de todo jeito, no cargo, no mandato. Tem gente que, coitado, já fez tantas voltas de incoerência, de discursos, de posturas, mas não larga o negócio. Diante de nova pergunta, Ricardo completou: Eu não pretendo chegar com 84 anos, na atividade política, de jeito nenhum.
Nos meios políticos, essa afirmação foi entendida como uma referência ao senador José Maranhão, que tem 84 anos de idade e aceitou ser o candidato a governador pelo MDB. Em termos concretos, o governador Ricardo Coutinho está sob pressão em termos jurídicos. No Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba, o julgamento da Ação de Investigação Judicial Eleitoral dos Servidores, que pede a cassação do mandato do gestor socialista, foi suspenso por pedido de vista mas já tem dois votos declarados contra ele. No Tribunal Superior Eleitoral, na terça-feira, 12, será julgada a Aije Fiscal, que tem parecer do MPE também pela cassação do mandato de Ricardo Coutinho. Nos dois casos, ele é acusado de utilizar-se da máquina para favorecer sua campanha à reeleição em 2014.
Nonato Guedes