Seu corpo foi traiçoeiro. Tolhia uma mente fervilhante. Inquieta.
Que forjou tantos talentos. E programou tantos sucessos.
O corpo de Hino nunca acompanhou sua alma. Mas, ainda assim, ele voava.
Numa velocidade que só os que imaginam muito, criam muito, são capazes de desenvolver.
O corpo venceu.
No nosso último encontro, ele parecia conformado. Já sabia que estava em seu último round.
A mente, porém, ainda dava rasantes criando quadros, elaborando planos, imaginando cenas.
Os olhos de Hino tinham lentes de longo alcance.
Ele enxergava realmente longe o que o levou a um lugar onde poucos chegam: o universo do legado.
O seu está muito bem contado em capítulo generoso da história da TV paraibana.
Boa parte dele compartilhado com a família Arapuan. Ele era, e repetia com muito orgulho, o integrante 001 do sonho que João Gregório ousou concretizar.
Hino e voltando, ele sempre esteve.
Mesmo indo, o veremos nas cenas dos próximos capítulos, inspirando as novas gerações.
Ele agora é legado.
E não haverá, jamais, reprises de Hino.
Por Adriana Bezerra