Durante sessão do Conselho da Magistratura da Paraíba, a desembargadora Fátima Bezerra Cavalcanti apresentou voto de pesar pelo assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL do Rio de Janeiro, que teve repercussão internacional. Primeira mulher a presidir o Tribunal de Justiça da Paraíba, Fátima Bezerra solicitou ao TJPB que continue a manter um olhar diferenciado e preferencial sobre os delitos de feminicídio, observando que há uma onda de recrudescimento de casos desse gênero.
Ela ponderou, também, quanto à necessidade de se priorizar a celeridade dos processos nas Varas da Violência Doméstica. Com o slogan Não vão nos calar, manifestantes de movimentos sociais, artísticos e culturais de João Pessoa fizeram, ontem, uma vigília em homenagem à vereadora Marielle Franco, do PSOL-RJ e ao motorista dela, Anderson Gomes, mortos a tiros na noite da última quarta-feira. O ato aconteceu no Parque da Lagoa Solon de Lucena, no Centro da Capital paraibana. O presidente estadual do PSOL, Tárcio Teixeira, denunciou: Hoje é também um dia de resistência, de repetir a voz dela de forma firme e dizer que não vão nos calar.
Para o cantor Escurinho, ativista dos movimentos sociais, a revolta tem que ser de todo o coletivo e não individual. Os setores da arte aglomeram pessoas para formar um grande coletivo, então, a revolta das pessoas que hoje estão indignadas com as mortes de Mariella e Anderson, tem que ter dimensão para despertar o Brasil diante da iminente ocorrência de coisas piores.
De acordo com a Folhapress, a munição que matou a vereadora carioca na última quarta-feira foi comprada pela Polícia Federal em dezembro de 2006. A perícia identificou a origem da munição com base nas cápsulas das balas encontradas na cena do crime. A munição teria sido comprada de uma empresa privada pela Polícia Federal de Brasília e não tinha sinais de modificações. Marielle morreu com tiros de pistola calibre 9 milímetros. Foram quatro tiros e a polícia, desde o início, trabalha com a possibilidade de execução.
Durante entrevista que concedeu à mídia nacional, o ministro Raul Jungmann afirmou que a munição utilizada para matar a vereadora e o motorista foi roubada da Polícia Federal. Adiantou que um dos roubos verificou-se em uma agência dos Correios da Paraíba e o outro foi contra um escrivão do Rio de Janeiro que já responde a inquérito por conta disso. Mais de 50 inquéritos foram abertos pela Polícia Federal, um deles sobre a chacina de Osasco, São Paulo, onde as munições utilizadas pertenciam ao mesmo lote roubado.
Nonato Guedes