Com a desistência do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), em concorrer ao governo do Estado em outubro, seu irmão gêmeo Lucélio tomou-se de empolgação diante da hipótese de entrar no páreo, tendo desenvolvido peregrinação por municípios do interior no final de semana, começando em São Miguel de Taipu e, depois, em Matinhas. Lucélio já é tratado como pré-candidato e passou a ser ciceroneado por dirigentes de outros partidos, como Rômulo Gouveia, do PSD, que lançou Luciano quando este era filiado à sigla e apostou fichas até numa vitória dele em primeiro turno. Lucélio foi candidato a senador quando não tinha nenhuma militância política e obteve mais de 500 mil votos dos paraibanos, em 2014. Isto mostra profunda empatia com o eleitor e ampla perspectiva de enfrentar e liderar a disputa ao governo do Estado, opinou o prefeito Clodoaldo Beltrão, de São Miguel de Taipu, filiado ao MDB.
Para Beltrão, a trajetória de Lucélio o credencia para comandar o Estado. Rômulo Gouveia lembrou que já havia indicado o nome de Lucélio para compor a chapa majoritária da oposição, por entender que ele representa uma nova forma de fazer política, que dialoga com a população para alcançar resultados. E emendou: Lucélio tem experiência e envergadura para fazer a Paraíba avançar no trilho certo. Sempre o coloquei como um dos quadros mais competentes do Estado. Já Luciano Cartaxo, que optou por permanecer na prefeitura de João Pessoa até o fim do segundo mandato, salientou que o nome do irmão gêmeo tem surgido de maneira natural e está sendo discutido com os partidos e segmentos da sociedade, em forma de construção, sem imposições. Isto é que é importante: saber dialogar, conversar, apresentar alternativas para o desenvolvimento do Estado da Paraíba, obtemperou o alcaide da Capital.
Em tom professoral, Luciano disse que a política vai se moldando e sendo discutida dentro de uma nova sistemática, que abrange a colocação em prática de modelos diferenciados de gestões de resultados, como o que vem sendo executado em João Pessoa sob sua direção. Frisou que a política tem que ser instrumentalizada com vistas a melhorar as condições de vida do povo. Eu estou na vida pública porque acredito que a vida da população pode e deve ser melhorada. E nós estamos conseguindo colocar isso em prática em João Pessoa. Este é o aspecto fundamental, o mais importante. O resto vai ser construído no dia a dia, no diálogo permanente com os partidos, simplificou Luciano Cartaxo. Até agora, o PSDB que tem como um dos expoentes o senador Cássio Cunha Lima ainda não se manifestou sobre o apoio e as andanças do irmão do prefeito de João Pessoa com aliados que compunham, até então, a frente oposicionista formada em torno de Luciano. O objetivo maior continua sendo o de infligir derrota ao esquema político liderado pelo governador Ricardo Coutinho (PSB), que insiste na pré-candidatura do secretário de infraestrutura e Recursos Hídricos, João Azevedo, à sua sucessão.
João Azevedo confirmou que deixará o cargo no dia cinco de abril para see dedicar à sua pré-candidatura ao governo e iniciar uma nova etapa com vistas às eleições de outubro. João Azevedo enfatizou que o seu nome foi escolhido dentro de um processo de discussão interna, durante congresso estadual do PSB, desde o ano passado, com a condição de ser trabalhado para a sucessão estadual deste ano. Comentou que o PSB mantém um planejamento e que ele está seguindo exatamente o que foi planejado desde o ano passado. O pré-candidato desmentiu que esteja discutindo a composição da chapa para a disputa eleitoral e preveniu que essas discussões só deverão tomar corpo após o dia sete de abril, considerado uma espécie de marco para todas as forças eleitorais. Azevedo pontuou que as portas estão abertas para conversações com o clã Cartaxo sobre o processo eleitoral na Paraíba.
Por Nonato Guedes