O senador José Maranhão, pré-candidato ao governo do Estado pelo MDB, avaliou, ontem, que a oposição deu um tiro no pé ao indicar o que chamou de chapa familiar para concorrer às eleições, referindo-se à chapa encabeçada por Lucélio Cartaxo (PV), irmão do prefeito da Capital, Luciano e pelo senador Cássio Cunha Lima (PSDB). A composição, observou JM, foi formada para contemplar os prefeitos de João Pessoa e de Campina Grande, Romero Rodrigues, cuja mulher, Micheline, está sendo cogitada para a vice-governança. Essa chapa não agrada ao eleitorado, acentuou Maranhão, em entrevista ao Sistema Correio de Comunicação.
– Ninguém brinque com o povo afirmou o emedebista, em tom de alerta, dizendo que não aceitaria ser candidato a vice, até porque é bem pontuado em pesquisas de intenção de voto para governador. Para Maranhão, os estrategistas da chapa liderada por Lucélio apostaram no poderio conjunto das prefeituras de João Pessoa e Campina Grande, como se a manifestação popular não tivesse peso decisivo na eleição. A verdadeira oposição é a do povo, comentou o senador, que já administrou a Paraíba em três oportunidades.
Maranhão, que os adversários julgam estar isolado em virtude de defecções importantes ocorridas no MDB como as do deputado federal Veneziano Vital do Rêgo e a do vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Júnior, confirmou a irreversibilidade da sua postulação, novamente, ao Palácio da Redenção e assegurou que as composições estão sendo discutidas com partidos que deverão apoiá-lo, sem, no entanto, entrar em detalhes a respeito do teor das articulações. Já o ex-governador Roberto Paulino, que está firme com a candidatura de Maranhão, salientou que até admite uma união do MDB com o PSB, liderado pelo governador Ricardo Coutinho e que tem como pré-candidato ao governo o ex-secretário João Azevedo, mas desde que sejam respeitados critérios, entre os quais a boa aceitação do nome de Maranhão. Paulino disse que respeita tanto o pré-candidato João Azevedo como o prefeito Luciano Cartaxo, que foi inicialmente cogitado para ser candidato a governador no bloco das oposições e acabou desistindo devido à falta de unidade ou de consenso em torno da sua pretensão.
Nonato Guedes