O deputado federal Luiz Couto (PT-PB), que se empenhou na Câmara para que a Comissão de Direitos Humanos tivesse permissão para ir a Curitiba averiguar as condições carcerárias da Superintendência da Polícia Federal, onde está recolhido o ex-presidente Lula da Silva, condenado a 12 anos, ressalta que o próprio juiz Sérgio Moro já admite inconsistências nas acusações de que Lula teria sido favorecido pela OAS com o tríplex no Guarujá. Couto acredita que uma intensa pressão popular pode contribuir para a soltura do ex-mandatário e observou que ele deve ter assegurada a sua condição de elegibilidade a fim de concorrer novamente a presidente da República.
– Nota-se que o povo quer Lula livre e que a maioria do eleitorado tem interesse em votar nele para dar prosseguimento a mudanças sociais históricas que implementou nos dois governos enfatizou o deputado paraibano, salientando que a ex-presidente Dilma Rousseff também é vítima constante de orquestração por parte dos setores interessados na destruição do Partido dos Trabalhadores. No que diz respeito ao ex-presidente Lula, as denúncias que estão sendo assacadas carecem de provas documentais, o que reforça a impressão dominante, até no exterior, de que os juízes estão agindo por presunção ou até por intuição, verberou.
Luiz Couto rechaçou as insinuações de que o PT está lutando por privilégios a Lula quando propõe visitas de comissões parlamentares à cela que ele ocupa na capital paranaense. Os parlamentares que demonstraram interesse em ir a Curitiba não estão atentos, apenas, à situação peculiar do ex-presidente da República, mas querem averiguar as condições de outros presos, já que todos conhecem a realidade desoladora do sistema prisional brasileiro, explicou o deputado paraibano. Na sua avaliação, as reiteradas manifestações de solidariedade prestadas interna e externamente a Lula são um atestado de que está cristalizada a convicção de perseguição política para tentar fulminar a liderança do outrora líder sindicalista do ABC de São Paulo.
As elites e os grupos influentes não perdoam Lula por ter mudado a face do País, atacando os privilégios de uma minoria e patrocinando a inserção de camadas marginalizadas no processo econômico brasileiro. Esses grupos sabem que a liderança popular de Lula decorre do que ele fez e da identificação que as massas possuem em relação a ele, daí o receio de terem o ex-presidente no palanque na corrida eleitoral. Mas a solução mais correta é a transferência legítima para o povo da decisão sobre o futuro político do ex-presidente, expressou o deputado federal Luiz Couto. O petista paraibano gravou um vídeo, reproduzido em rede social, com sua análise acerca do papel de Lula na atual conjuntura.
Enquanto isso, em artigo publicado pelo jornal Correio da Paraíba, o ex-deputado federal paraibano Agassiz Almeida, cassado pelo regime militar, reforça as versões de que o ex-presidente Lula é alvo de uma perseguição política por ter ousado colocar-se ao lado dos interesses populares, contrariando interesses de elites poderosas. Para Agassiz, a própria Justiça chegou a montar uma orquestração com o único intuito de desgastar Lula e tentar liquidá-lo em definitivo perante o eleitorado. Mas Lula conta com a força do povo, que identificou nele um representante das suas aspirações, capaz de viabilizar sonhos que foram sonhados e até então nunca materializados pelos governos que se sucederam no país, destacou Agassiz.
Nonato Guedes