O deputado Gervásio Maia (PSB), presidente da Assembleia Legislativa, revelou que, lamentavelmente, o governo de Michel Temer (MDB) ainda continua retaliando a Paraíba no que diz respeito à oferta de benefícios, por pura mesquinhez, em represália à postura política do governador Ricardo Coutinho, que se indispôs abertamente contra o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, por considerá-lo injustificável e meramente político.
Gervásio fez as declarações em cidades do interior, onde acompanhou comitiva do governador para inspeção do andamento de obras importantes, como adutoras, essenciais numa área conflagrada pela persistente ameaça da estiagem.
Maia advertiu que no afã de penalizar ou retaliar adversários políticos, o presidente da República acaba penalizando toda uma população carente, que só não está totalmente abandonada porque o governador Ricardo Coutinho tomou a si a responsabilidade de dar execução a obras pendentes, valendo-se de recursos próprios que tem economizado com critério, de forma a preparar o Estado para a eventualidade de cobertura em casos de omissão do governo federal.
O presidente da Assembleia frisou que, além da falta de grandeza, o presidente Michel Temer demonstra ausência de espírito republicano, ignorando que o papel de um mandatário é o de administrar para todos, indistintamente e independente de preferências políticas ou partidárias.
Observou o presidente da Assembleia Legislativa que acha muito difícil que o presidente Michel Temer se disponha a concorrer ao mandato pelo voto popular, no pleito previsto para outubro, como está sendo cogitado por correntes do MDB, sem ter nada a oferecer de concreto ao povo brasileiro e estando, como ele está, usufruindo altíssimos índices de reprovação, poucas vezes vistos na história política-administrativa brasileira.
Para o deputado Gervásio Maia, a situação do presidente Michel Temer tende a se complicar em virtude de denúncias que começam a pipocar contra ele em depoimentos e delações de figuras envolvidas em escândalos políticos. Isto compromete a credibilidade de Michel Temer e nega-lhe autoridade para se julgar diferente de outros políticos inquinados em irregularidades, destacou o presidente da Assembleia Legislativa.
Por sua vez, o governador Ricardo Coutinho voltou a alfinetar adversários que pretendem disputar a sua sucessão, reiterando que não possuem projetos para o desenvolvimento da Paraíba e muito menos demonstram compromisso com a solução de problemas que ainda afligem a população. O que se nota, da parte de alguns pretensos postulantes, é a velha ambição da conquista do poder pelo poder, em alguns casos distribuindo-se cargos em formato de oligarquia familiar, o que prova que esses tais líderes nunca romperam o elo com o fisiologismo e o interesse meramente pessoal. Coutinho frisou que seus adversários não entendem a sua atitude de permanecer no governo até o último dia do mandato, deixando de concorrer ao Senado ou a qualquer outro posto.
– Eles não entendem porque têm apego ao poder. Sou diferente deles. Considero-me realizado não por ter cargos mas por ter tido a oportunidade, à frente de cargos públicos, de realizar obras em benefício da população, de carrear benefícios reivindicados pelos segmentos variados da sociedade. São os viciados nas benesses do poder, que fingem deter espírito público mas que, na verdade, operam freneticamente em favor dos seus próprios interesses, sem levar em conta que a mentalidade do eleitor está mudando e que não é mais tão fácil, como antigamente, enganar os cidadãos de bem com promessas que, sabidamente, são inviáveis ou não serão cumpridas. O troco a esses oportunistas virá, inexoravelmente, nas eleições de outubro admoestou o governador Ricardo Coutinho.
Nonato Guedes