O deputado federal paraibano Luiz Couto, do Partido dos Trabalhadores, prepara-se para ir visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia oito de maio, na sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde ele está recolhido, cumprindo pena sob acusações de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Como presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Luiz Couto oficiou à juíza Carolina Lebbos, da Vara Federal de Curitiba, que tem sido rigorosa na permissão para visitas a Lula, tendo barrado, inclusive, as presenças da ex-presidente Dilma Rousseff e da senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do PT.
Na prática, segundo as informações, Luiz Couto estará chefiando a ida de uma comitiva parlamentar à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba com o objetivo de averiguar os riscos à integridade física, psíquica, moral do ex-presidente da República. O deputado paraibano reiterou o ponto de vista de que considera injusta a prisão de Lula, motivada, a seu ver, por mera perseguição política, da mesma forma como rechaça a condenação, intentada, conforme Couto, como parte de uma orquestração para impedir que o ex-presidente seja candidato novamente ao Planalto nas eleições de outubro.
O capítulo da permanência de Lula em prisão na Polícia Federal ganhou tons explosivos nas últimas horas diante das denúncias da cúpula nacional do PT de que um acampamento de partidários de Lula nas imediações da PF na Capital do Paraná foi atingido com tiros, havendo registro de feridos entre militantes que dão plantão naquele local exigindo a soltura do ex-presidente da República. A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, e o senador Lindbergh Farias, do PT-RJ, chegaram a responsabilizar o juiz Sérgio Moro e a Polícia Federal pela ocorrência dos disparos efetuados. Os dois são os mais empenhados em fazer denúncias, sobretudo à mídia internacional, a respeito da situação de Lula no presídio e das supostas motivações políticas da sua prisão.
Nonato Guedes