Levantamento efetuado por institutos de pesquisas e agências noticiosas aponta que pode chegar a 16 o número de Estados em que MDB e PSDB deverão ser adversários nas eleições aos governos em outubro. No âmbito nacional, articula-se uma aliança entre as duas agremiações para a presidência da República, em que o tucano Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo, e o emedebista Henrique Meireles, ministro da Fazenda, representante de Goiás, seria o vice. Até então cogitava-se a hipótese do presidente Michel Temer candidatar-se a presidente, tendo Meireles na vice. Mas os índices de rejeição popular de Temer são avaliados como altíssimos pelo próprio staff ainda hoje ele foi vítima de atos de hostilidade ao intentar visitar os escombros de um edifício dinamitado ontem.
Na Paraíba, o MDB e o PSDB deverão se confrontar no pleito, de forma indireta. Pelo MDB está lançada a pré-candidatura do senador José Maranhão, que busca coligações preferenciais com o PSC presidido pelo ex-senador Marcondes Gadelha e com o PP integrado pelo deputado federal Aguinaldo Ribeiro e pela deputada estadual Daniella Ribeiro. O PSDB, até agora, sinaliza que não lançará candidatura própria ao governo, depois que o prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, desistiu do páreo e que o senador Cássio Cunha Lima assumiu candidatura à reeleição, o mesmo ocorrendo com o deputado federal Pedro Cunha Lima, que chegou a ser cogitado como alternativa para a majoritária. O compromisso do PSDB é o de apoiar a candidatura de Lucélio Cartaxo (PV), irmão gêmeo do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, que desistiu de concorrer invocando como pretexto a dificuldade de união das oposições.
Em entrevistas concedidas nas últimas horas, o senador José Maranhão deixou claro que não é do seu estilo vacilar ou desistir de pretensões já anunciadas, o que foi entendido como uma referência indireta aos tucanos do senador Cássio Cunha Lima, que teriam adotado postura vacilante na condução dos entendimentos para a formação de chapa à eleição majoritária. De forma mais direta, Maranhão estranhou o comportamento de expoentes da outrora frente de oposição ao governo Ricardo Coutinho que, a seu ver, tumultuaram o processo de unidade e acabaram alijando agremiações como o MDB, o PP e o PSC. Maranhão não tem poupado, também, o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, por ter desistido de concorrer, depois de ter feito acenos e ter conduzido entendimentos com lideranças políticas do Estado.
Tanto Lucélio como Maranhão, candidatos que se colocam hoje no campo da oposição estadual, tentam atrair para suas fileiras de campanha o grupo do PDT, onde a vice-governadora Lígia Feliciano desponta como candidata própria ao governo. Lígia, na verdade, tenta se colocar como mais uma alternativa do esquema do governador Ricardo Coutinho (PSB) na corrida pelo Palácio da Redenção. O governador, entretanto, é inflexível no argumento de que o seu candidato in pectoris é o ex-secretário de Infraestrutura e Recursos Hídricos, João Azevedo, o único que, na sua opinião, tem o compromisso de dar continuidade ao projeto administrativo executado por Coutinho desde 2011, quando se empossou no governo pela primeira vez. PSDB e o antigo PMDB já se enfrentaram em disputas cruciais, como as de 2002 e 2006, quando Cássio Cunha Lima derrotou, respectivamente, Roberto Paulino e José Maranhão. Em 2010, os tucanos aliaram-se para eleger Ricardo Coutinho, com quem romperam em 2014. No pleito desse ano, Ricardo derrotou Cássio, o ex-aliado, na disputa ao Palácio da Redenção.
Nonato Guedes, com agências