Enquanto a Federação das Associações dos Municípios da Paraíba, Famup, articula uma conversa entre presidenciáveis e participantes da XXI Marcha em Defesa dos Municípios, que acontece a partir do dia 21 em Brasília, mais dois pré-candidatos à presidência da República chegam à Paraíba para intensificar contatos com lideranças políticas e participar de palestras e debates sobre temas da atualidade. Na manhã de hoje, em Campina Grande, desembarca o pré-candidato e senador Álvaro Dias, do Podemos Paraná. Após conceder entrevista coletiva, ele irá se reunir com líderes do seu partido no Estado e participar de um ciclo de discussões na Associação Comercial daquela cidade.
Na sexta-feira, desembarca em Campina Grande o presidenciável Flávio Rocha, do PRB, que busca sensibilizar eleitores com propostas oriundas do segmento empresarial a que pertence, em São Paulo. No turno da manhã, ele estará no teatro da Unifacisa em Campina e, na sequência, virá a João Pessoa para expor propostas que tem defendido e que define como inovadoras no debate em curso para a campanha eleitoral. O presidente da Federação das Associações dos Municípios, Tota Guedes, já está em Brasília trabalhando na organização da Marcha dos Municípios, na qual pretende incluir debate com presidenciáveis.
– Não devemos desperdiçar a oportunidade de aprofundar o conhecimento sobre as alternativas que estão sendo colocadas em pauta para os desafios atuais do país justificou Tota Guedes, observando que a problemática municipalista é, particularmente, importante, diante da absurda concentração de recursos pela União que ainda existe hoje, praticamente anulando o conceito de sistema federativo que é apregoado por governantes e lideranças políticas em geral. A Famup avalia, conjuntamente com a Confederação Nacional dos Municípios, que avanços relevantes foram conquistados nas marchas a Brasília, mas que outras compensações reivindicadas e igualmente essenciais até o momento não foram atendidas. Entende que os presidenciáveis devem assumir compromissos claros com essa questão.
Ontem, por ocasião do Primeiro de Maio, muitos presidenciáveis evitaram participar de atos alusivos ao Dia do Trabalho em capitais como São Paulo. Dirigentes sindicais alegaram que eles fugiram temendo enfrentar vaias dos assistentes devido ao elevado grau de desconfiança com a classe política que vigora na conjuntura nacional. O evento mais significativo aconteceu em Curitiba, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém-se preso na Superintendência da Polícia Federal. As manifestações pediram a soltura de Lula, que redigiu um manifesto lido pela presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, sustentando que a democracia está incompleta no país. Lula também atacou o governo do presidente Michel Temer e, numa comparação, disse que fez muito mais pelos trabalhadores brasileiros em seus dois governos. A cúpula nacional do PT passou a emitir sinais de que admite uma composição com o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) na sucessão presidencial, cedendo-lhe a cabeça de chapa, enquanto o PT seria contemplado com a vice. Cotado como presidenciável pelo PT, o líder baiano Jaques Wagner admitiu que pode haver a composição com Ciro, mas adverte que a hipótese da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua sendo prioritária no PT.
Nonato Guedes