Ex-senadores, ex-deputados federais e ex-deputados estaduais que se projetaram na vida pública da Paraíba e que pareciam sumidos do mapa, articulam-se para voltar ao cenário no pleito deste ano, a exemplo de Inaldo Leitão, que chegou a ser presidente da Assembleia Legislativa e parecerista da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal, Efraim Morais, que foi deputado estadual, federal e senador, tendo dado posse a Luiz Inácio Lula da Silva na primeira vez em que este assumiu o Planalto e Wilson Santiago, que foi deputado estadual, federal, ocupou mandato de senador por quase um ano e agora tenta retornar à Câmara Federal.
No caso de Santiago, seu filho, também de prenome Wilson, atualmente deputado federal, abrirá mão da reeleição à Câmara e concorrerá a um mandato de deputado estadual. A alegação de Wilson Filho é de que deseja estar mais próximo do eleitor, o que seria facilitado pela convivência na Assembleia Legislativa, onde nunca atuou. Na prática, sabe-se que o parlamentar ambiciona ser candidato a prefeito de João Pessoa. Pai e filho são filiados ao Partido Trabalhista Brasileiro. Wilson Santiago é o presidente do diretório regional da legenda e foi senador entre primeiro de fevereiro de 2011 e 7 de novembro do mesmo ano, ocupando a vaga de Cássio Cunha Lima, que apesar de ter obtido um hum milhão de votos teve a investidura questionada pelo TSE, que interpretou ter sido ele alcançado por efeitos da Lei da Ficha Limpa. Houve uma intensa polêmica judicial, ao fim qual Cunha Lima foi finalmente empossado, não sem lamentar o tempo perdido quando ficou sem mandato. Na época, ele acusou Santiago de ter usurpado a cadeira que havia sido conquistada por outro nas urnas.
No período em que esteve senador, Wilson Santiago chegou a integrar os quadros do Parlasul, o Parlamento representativo de países do Mercosul, com sede em Montevidéu, Uruguai, participando de sessões regimentais da instituição. Cássio foi investido na cadeira que conquistou nas urnas graças ao empenho da Mesa Diretora do Senado, que lhe atribuiu legitimidade para tanto. Wilson Santiago, por sua vez, qualificou como auspiciosa a experiência referente ao período em que ocupou o Senado, compondo, até mesmo, a Mesa Diretora da Casa. Desde então, ficou sem mandato e passou a atuar nos bastidores, estruturando as bases do PTB na Paraíba. Na sexta-feira, anunciou que disputará vaga na Câmara e que seu filho concorrerá à Assembleia.
Efraim Morais, presidente do diretório regional do Democratas, e que se notabilizou por derrotar em 2010 um campeão de votos Wilson Braga, na disputa por uma vaga ao Senado, chegou a ser vice-presidente da Câmara Federal, na gestão de Aécio Neves, e primeiro-secretário da Mesa do Senado. Seu filho, Efraito, é deputado federal atualmente e tem se destacado pelo amadurecimento político e pela abordagem de temas de interesse público, devendo postular a reeleição, enquanto o pai é cogitado para concorrer ao Senado ou compor como vice a chapa de João Azevedo, candidato apoiado pelo PSB e pelo governador Ricardo Coutinho à sua sucessão. Discípulo do ex-governador Antônio Mariz, Inaldo Leitão está há 11 anos sem mandato. Entre 1999 e 2007, foi deputado federal, depois de ter sido deputado estadual e secretário de Cidadania e Justiça. Atualmente filiado ao PSD, presidido na Paraíba por Rômulo Gouveia, Inaldo cogita disputar mandato de deputado federal.
O ex-deputado estadual Francisco Lopes da Silva, professor da rede estadual de ensino, será candidato a deputado federal pelo PSB do governador Ricardo Coutinho. Ele se notabilizou quando, em 1992, candidato a prefeito de João Pessoa pelo PT, logrou passar para o segundo turno contra Francisco Franca, que fora registrado como vice de Lúcia Braga no PDT e alçado à titularidade devido a problemas legais que rifaram a pretensão de Lúcia, na época favorita em todas as pesquisas. Chico Franca herdou o espólio e a mobilização pró-Lúcia e conquistou a prefeitura. O pleito foi histórico porque, pela primeira vez na sua trajetória na Paraíba, o Partido dos Trabalhadores logrou ir para uma rodada decisiva contra candidaturas de famílias tradicionais. Chico Lopes foi deputado estadual pelo PT, obtendo, na primeira vez, 4.482 votos. Em 94, foi reeleito com 9.243 sufrágios, ainda pelo PT. Há 24 anos está fora da política. Esquecido pelo PT, deixou o partido e cerrou fileiras no PSB comandado pelo governador Ricardo Coutinho.
Nonato Guedes, com informações do Correio da Paraíba