O pré-candidato do PSB ao governo do Estado, João Azevedo, afirmou, de modo enfático, ontem, em entrevista a uma emissora de rádio da Capital, que é ele quem representa a continuidade do projeto administrativo executado pelo governador Ricardo Coutinho e não a vice-governadora Lígia Feliciano, que tenta viabilizar sua candidatura pelo PDT, partido presidido pelo seu marido, o deputado federal Damião Feliciano. Quem representa o projeto e a continuidade do ritmo de trabalho do governador Ricardo Coutinho é o pré-candidato do PSB e o meu nome foi escolhido para essa representação, admoestou Azevedo, que até pouco tempo exercia a secretaria de Infraestrutura e Recursos Hídricos.
A avaliação de Azevedo é a de que se trata de um equívoco a insistência da vice Lígia Feliciano em se apresentar como pré-candidata do governo estadual. Salientou reconhecer o pleno direito de postulação por parte da pedetista, contestando apenas a referência a ligações com o programa administrativo executado por Coutinho. Aliás, a vice-governadora tem dado declarações dúbias, de tal sorte que parcelas do eleitorado estão confusas, sem saber se ela ficará na oposição ou na base do governo, alfinetou Azevedo. Lígia esperava assumir a plenitude do Executivo apostando numa desincompatibilização de Ricardo para disputar o Senado. Na sequência, cogitava contar com o apoio dele para concorrer. Ricardo desnorteou Lígia duplamente: nem saiu do governo e ainda oficializou seu apoio à candidatura de Azevedo, em quem confia para levar adiante os projetos em andamento.
O ex-secretário de Infraestrutura exortou a vice-governadora a sair de cima do muro e a definir claramente a sua posição no jogo a ser disputado. Ele lembrou que o seu nome foi apresentado pelo PSB como pré-candidato a governador desde dezembro do ano passado. Ele desafiou Lígia Feliciano a apresentar o trabalho que diz ter desenvolvido como vice-governadora e ao mesmo tempo enumerar todos os projetos que coordenou e implantou no governo. Azevedo teve a cautela de observar que não descartaria um engajamento e apoio do grupo da vice-governadora à sua postulação, desde que o PDT se mantenha na base do governo, driblando os acenos de oposicionistas que querem contar com seu apoio na campanha eleitoral.
Ao comentar as insinuações de adversários políticos de que é um ilustre desconhecido do eleitorado por nunca ter disputado mandatos eletivos, o pré-candidato João Azevedo frisou que não se sente pressionado, acredita que o trabalho do seu partido tem respaldo e contribuirá para turbinar sua campanha ao Palácio da Redenção no momento apropriado. Textualmente, assinalou: A oposição tenta desmerecer qualquer candidatura que não seja a sua própria. Isto, entretanto, não me causa qualquer espécie de preocupação porque, diante da caminhada que estamos empreendendo em todas as regiões do Estado, sabemos que a realidade é totalmente diferente. O PSB ainda está em processo de negociação para formalização de coligações com vistas à disputa. Em princípio, conforme admitem seus próprios dirigentes, há interesse em coligação com o PT, PTB, Podemos e Democratas, tidos como fortes aliados da agremiação socialista, de acordo com Edvaldo Rosas, presidente estadual da legenda.
Nonato Guedes