O deputado federal paraibano Luiz Couto (PT) e outros integrantes da Comissão de Direitos Humanos e das Minorias da Câmara foram impedidos de visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cumpre pena de 12 anos sob acusação de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O parlamentar paraibano se disse indignado com a ordem judicial que proibiu visitas a Lula como manifestação de solidariedade. O ex-mandatário está recolhido a uma cela na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
Luiz Couto, diante do veto, reuniu-se com simpatizantes de Lula da Silva que dão plantão no acampamento Marisa Letícia, em Curitiba, onde almoçaram. O deputado paraibano revelou que a visita não era absurda a ponto de ser proibida e reiterou as críticas que tem feito ao juiz Sérgio Moro, autor da determinação da prisão. Outras visitas de políticos já haviam sido desautorizadas, como a que foi articulada por governadores, entre os quais o da Paraíba, Ricardo Coutinho, do PSB. Os políticos argumentam que as visitas constituiriam uma oportunidade para avaliar as condições carcerárias a que Lula está sujeito. Para o deputado paraibano, a ordem de prisão contra Lula deve retroceder, permitindo ao líder petista responder em liberdade às acusações imputadas.
O ex-presidente da República está concluindo o primeiro mês do período de detenção imposto. Ele já havia dito que se considerava um preso político e garantiu que não planejara uma fuga caso fosse alcançado pelos agentes da Polícia Federal. Lula já havia promovido uma espécie de resistência cívica na sede do Sindicato de Metalúrgicos do ABC paulista, quando se negou a cumprir de imediato a ordem de prisão. A Polícia Federal, inclusive, havia dialogado com Lula sobre as características da sua prisão, mas os entendimentos não avançaram. O deputado Luiz Couto observou, ainda, que a punição de inelegibilidade atribuída a Lula é uma afronta à vontade popular, referindo-se a pesquisas de opinião pública que atestam o favoritismo do ex-presidente.
Nonato Guedes