O vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Júnior (ex-MDB, atual PSC), rechaçou a hipótese de recuar na pretensão de ser candidato ao Senado, apesar da forte concorrência que se prenuncia para as duas cadeiras em jogo na representação paraibana. Júnior confirmou que não terá espaço na chapa encabeçada por Lucélio Cartaxo (PV) porque ela está praticamente fechada em articulação com outras legendas e transferiu para a cúpula do Partido Social Cristão uma definição sobre a chapa em que ele será contemplado.
Júnior reconhece que houve uma guinada na sua trajetória política. Ele foi eleito vice de Luciano Cartaxo em 2016 concorrendo pelo extinto PMDB. Passou a defender ferrenhamente o apoio do hoje MDB à candidatura de Luciano Cartaxo ao governo, na época em que o alcaide da Capital era filiado ao PSD presidido por Rômulo Gouveia. Deu-se, então, a reviravolta, com a decisão de Luciano Cartaxo de permanecer no exercício da prefeitura até o último dia do mandato, abrindo mão de disputar o governo do Estado. Luciano alegou que estava agastado com a falta de unidade das oposições e a dificuldade do consenso em torno do seu nome para representar o esquema de forças que se confronta com a liderança do governador Ricardo Coutinho (PSB).
Manoel Júnior tinha a expectativa de assumir a prefeitura, completando o período da gestão de Luciano, o que lhe abriria perspectiva de candidatar-se à reeleição em 2020, já que Cartaxo está no segundo mandato consecutivo. Com a batida do martelo por Luciano em prol de sua permanência na prefeitura, Manoel Júnior aventou a hipótese de se candidatar a deputado federal, mandato que exercia até ser chamado para compor a chapa municipal em João Pessoa como vice de Luciano. Nesse ínterim, o MDB começou a ser esvaziado, com defecções de políticos como Veneziano Vital do Rêgo e Hugo Motta, e o próprio Manoel Júnior aderiu à onda. Surpreendido com o Fico de Luciano Cartaxo, trocou de partido, ingressando no PSC, presidido pelo ex-senador Marcondes Gadelha, e definindo como prioritária a candidatura ao Senado, não mais à Câmara Federal.
Quando foi indagado sobre a possibilidade de figurar na chapa de Lucélio Cartaxo ou costurar algum acordo com o PSB do governador Ricardo Coutinho, o vice-prefeito salientou que essa é uma questão que só o presidente do PSC, Marcondes Gadelha, está autorizado a responder. Até então, Marcondes vinha sendo assediado pelo irmão Dalton Gadelha, que atua empresarialmente em Campina Grande, para incluí-lo numa chapa majoritária em composição como candidato ao Senado. Marcondes Gadelha já externou simpatias pela candidatura de Luciano Cartaxo ou pela postulação do senador José Maranhão, do MDB. Só não chegou a vaticinar concretamente hipótese de aliança com o esquema liderado pelo governador Ricardo Coutinho, que tem como pré-candidato ao governo o ex-secretário de Infraestrutura, João Azevedo. Estamos na fase de conversas, assevera Marcondes, sem entrar em detalhes acerca dos entendimentos nem sinalizar a posição final do PSC em termos de coligação para o pleito. Por sua vez, Manoel Júnior negou qualquer problema na relação com o prefeito Luciano Cartaxo e disse continuar à disposição para trabalhar pelo desenvolvimento de João Pessoa. Sou participante do projeto de crescimento da Capital, acentuou.