A escolha do pré-candidato do PSB ao governo da Paraíba, João Azevedo, foi uma decisão pessoal do governador Ricardo Coutinho, que em nenhum momento acionou a cúpula nacional do partido para avaliar as chances ou riscos desse lançamento. Foi o que revelou o presidente nacional da agremiação socialista, Carlos Siqueira, observando que não há restrições porque a liderança do partido no Estado é enfeixada por Coutinho. Estamos seguros de que o candidato que ele escolheu é o melhor candidato, asseverou Siqueira.
Em outras declarações versando sobre fatos ligados à Paraíba, o dirigente nacional socialista enalteceu os resultados da ação administrativa empreendida por Ricardo Coutinho, bem como a sua capacidade de discernimento para escolher como sucessor um postulante que tenha viabilidade eleitoral e esteja afinado com as diretrizes da legenda. Carlos Siqueira não demonstrou preocupação com a decisão do Superior Tribunal de Justiça enviando para a primeira instância, na Paraíba, o processo que remonta a supostas irregularidades na contratação de servidores na gestão de Ricardo quando prefeito de João Pessoa.
– Não identifico desdobramentos dessa atitude do STJ com reflexos contra o governador paraibano e a legenda do PSB. Não vejo problema porque será comprovada, no devido tempo, a inocência do gestor em face de fatos arrolados no processo comentou Siqueira. No plano nacional, ele encarou com tranquilidade a desistência do ex-ministro Joaquim Barbosa de disputar a presidência da República, salientando que respeita os argumentos de foro íntimo invocados pelo magistrado. Presidenciáveis de outras legendas reagiram, ontem, à desistência de Barbosa em figurar no páreo, coincidindo na análise de que sua presença seria importante para qualificar o debate eleitoral durante a campanha propriamente dita. Este é o ponto de vista, por exemplo, do ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato pelo PDT. O senador Álvaro Dias, do Podemos, calculou que pode vir a herdar uma fatia dos votos que seriam do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal. Já a pré-candidata do PCdoB, Manuela DAvila, disse que não descarta a possibilidade de uma união das candidaturas de esquerda em torno de um nome, desde que sejam intensificados os entendimentos com as legendas situadas nesse espectro ideológico.
Versões publicadas na mídia sulista insinuam que parte do PSB queria a candidatura de Joaquim Barbosa, outro grupo apoiava Ciro Gomes e havia, ainda, preferência por aliança com o ex-governador de São Paulo,Geraldo Alckmin, do PSDB, ou com o PT, na hipótese de elegibilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado na Operação Lava Jato e recolhido a uma cela na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Nenhum dos segmentos socialistas apostou fichas em Joaquim Barbosa, o que levou o colunista Leandro Mazzini a afirmar: Se o ex-ministro desejava mesmo disputar a Presidência da República, entrou no partido errado. Ou foi enganado.