Ao rebater, ontem, críticas que lhe têm sido feitas, bem como ao seu irmão, Lucélio, pré-candidato ao governo do Estado,por parte do governador Ricardo Coutinho (PSB), do seu pré-candidato João Azevedo e de outros aliados, o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), chamou o gestor de incoerente e insinuou que ele está angustiado porque não consegue, sequer, fechar a chapa do oficialismo estadual às eleições de outubro. O governador ironizou que a pré-candidatura de Lucélio não resistirá até a eleição, disse que a única experiência de Lucélio foi como diretor de um bloco carnavalesco e que sua pré-candidatura deriva do projeto de poder de um clã familiar, como se isso fosse credencial para administrar um Estado que tem grandes desafios a serem equacionados.
No revide, durante entrevista ao Sistema Correio de Comunicação, o prefeito afirmou que o governador não sabe o que diz. E continuou: Em 2014, o dirigente do bloco de carnaval Picolé de Manga foi candidato a senador na chapa de Ricardo, que enxergou em Lucélio um grande parceiro para a disputa. Disse mais: Se nós não tivéssemos fechado aquela aliança (com Ricardo em 2014), ele não teria formado a chapa. Essa é a velha política: quando eles precisam, o aliado é gente boa. Quando não precisam mais, o aliado não presta. Luciano contou que recebeu recados do PSB propondo conversas sobre as eleições de outubro, com a oferta de abrir vaga para sua esposa, Maísa, como vice de João Azevedo, o pré-candidato do PSB a governador. O esquema do governador ainda aguardou um tempão por uma resposta positiva, já que a expectativa ou quase certeza era a de apoio, o que não se concretizou da nossa parte, relatou Luciano.
Cartaxo contou que quando desistiu de ser candidato ao governo este ano, preferindo permanecer à frente da prefeitura da Capital até o último dia do mandato, o PSB liderado pelo governador cessou as críticas à administração municipal e fez sinalizações para que Lucélio voltasse a disputar o Senado em composição com o PSB, ao mesmo tempo em que se insinuou a perspectiva de Maísa, mulher do prefeito, ser candidata a vice. Quando essa expectativa foi frustrada, os ataques recomeçaram com intensidade. Irmão gêmeo de Lucélio, Luciano acha que a previsão negativa feita por Ricardo sobre o desempenho do candidato do PV é fruto do aperreio do governador ao constatar que os prefeitos das maiores cidades da Paraíba estão declarando apoio a seu irmão, enquanto o pré-candidato do governo ainda não saiu do canto.
Reforçando o prognóstico de Luciano acerca dos apoios a Lucélio, o prefeito de Patos, Dinaldo Wanderley Filho (Dinaldinho), do PSDB, também afirmou ao Sistema Correio que a pré-candidatura do Partido Verde ganha espaços no interior, com boa aceitação no Alto Sertão, além de contar com os apoios importantes dos prefeitos de Santa Rita, Guarabira, Campina Grande e Patos. No reverso da medalha, de acordo com Dinaldinho, a pré-candidatura de João Azevedo não tem expressividade: patina aqui e ali e não chega aos dois dígitos nas pesquisas. Entende que Lucélio se credencia por apresentar um lado administrativo voltado para o povo e se favorece, em termos de experiência, da parceria com Luciano na administração dos problemas da Capital. A respeito da candidatura do senador José Maranhão pelo MDB, Dinaldinho opinou tratar-se de um homem digno, honrado, mas que já deu sua contribuição política e administrativa à Paraíba. Na sequência, arrematou: É precisodeixar a Paraíba andar. Uma outra informação revelada por Luciano: depois da campanha de 2014, Lucélio foi convidado pelo governador para ser superintendente do Porto de Cabedelo, administrado pela Companhia Docas da Paraíba. Se Lucélio não tinha competência, como hoje apregoa o governador, por que então foi chamado naquela época?, indagou o alcaide da Capital.
Nonato Guedes