Num evento que deve atrair as presenças do presidente da República, Michel Temer (MDB), do presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB) e do presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM), prefeitos de todo o país estão hoje em Brasília participando de mais uma Marcha Municipalista, cuja prioridade é a reivindicação por recursos e atendimento de demandas encaminhadas, além da redução dos encargos atribuídos às cidades. A expectativa da Confederação Nacional dos Municípios, promotora do evento, é que mais de 8 mil representantes de localidades participem da mobilização no Centro de Convenções do Distrito Federal.
Na delegação paraibana, há expoentes com participação especial assegurada na Marcha, como a prefeita da cidade de Monteiro, Lorena de Farias Leite Nóbrega, que integra o Movimento das Mulheres Municipalistas. Por sua vez, o prefeito de Gurjão, Ronaldo Ramos de Queiroz, estará concorrendo ao prêmio Iniciativas Inovadoras. Os gabinetes de senadores e deputados federais paraibanos estão preparados para recepcionar gestores deste Estado e facilitarem sua interlocução com parlamentares e com autoridades de escalões intermediários do governo federal.
O deputado Rubens (Buba) Germano, que foi presidente da Federação das Associações Municipais da Paraíba, ressalta que essas mobilizações acabam resultando em avanços e conquistas para as prefeituras, habitualmente sacrificadas pela inexistência concreta de um pacto federativo no país. Buba, que é do PSB, coordenou inúmeras Marchas a Brasília em articulação com o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, e avalia como legítima a pressão dos gestores municipais sobre os parlamentares que atuam em Brasília e sobre a própria presidência da República, explicando que o modelo de gestão colocado em prática no país é extremamente injusto e desigual e que precisa ser repensado para que o reequilíbrio seja conseguido. O atual presidente da Famup, ex-prefeito de Pedra Lavrada, Tota Guedes, faz coro com a manifestação do antecessor e adverte que novas questões foram incorporadas à agenda dos gestores que pressionam em Brasília.
Rubens Germano pondera: Se não se consegue tudo, consegue-se alguma coisa ou, na sequência das Marchas a Brasília, muita coisa. A pressão direta é muito eficaz e até mesmo a proximidade das eleições em outubro deste ano faz com que parlamentares e governantes se sensibilizem com as reivindicações e procurem levar a sério a pauta municipalista. Buba destaca, por uma questão de justiça, que na grande maioria das vezes em que liderou manifestações à Capital Federal, não faltou apoio por parte dos parlamentares paraibanos, inclusive, quanto à acomodação de prefeitos. O ganho maior, entretanto, como ele observa, decorre das iniciativas no Congresso que conferem mais autonomia e independência aos municípios, possibilitando-lhes uma sobrevivência condigna.
Nonato Guedes