O governador Ricardo Coutinho (PSB) pediu calma aos seus aliados políticos, após reações que pipocaram dentro do PT contra a possível inclusão do ex-senador Efraim Moraes (DEM) como vice na chapa majoritária oficial encabeçada por João Azevedo ao governo. Os petistas invocam o histórico de hostilidades e beligerância com o DEM, ex-PFL, para não apoiar Efraim, e também pressionam o PSB do governador a não se aliar a partidos e políticos que foram favoráveis ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Durante solenidade, ontem, o governador pediu compreensão.
– Se o PT quiser, estaremos aqui. Ninguém pode acusar o governo do Estado de fazer pirueta na política. Mas nenhum partido terá hegemonia em relação às decisões a serem tomadas em relação às eleições advertiu Coutinho, lembrando que pessoalmente foi contrário ao impeachment de Dilma Rousseff, da mesma forma como não aceitou a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, daí não aceitar insinuações de incoerência. Ele acrescentou que a Paraíba foi perseguida e discriminada pelo governo federal, com Michel Temer (MDB) como consequência da posição firme que ele, Ricardo, adotou, inclusive, trazendo Dilma e Lula à Paraíba para visitar obras da transposição das águas do rio São Francisco.
Hoje, o governador receberá em João Pessoa o ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, para discutir a atuação do PT no processo político. Haddad iniciou um périplo por Capitais, angariando apoios ao pré-lançamento da candidatura de Lula a presidente da República, que será feito no final de semana, desafiando a Justiça que condenou o ex-mandatário a 12 anos e 1 mês de prisão, que estão sendo cumpridos na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Apurou-se que esta semana houve reunião entre representantes da Executiva estadual do PSB e do PT para tentar um acordo que viabilize a aliança das duas legendas nas eleições de outubro na Paraíba. Na ocasião, o pré-candidato do PSB, João Azevedo, garantiu que as únicas vagas definidas e ocupadas até o momento são as dele ao governo e uma de Veneziano Vital do Rêgo (ex-MDB, atual PSB), ao Senado. As definições sobre o restante da chapa ainda serão tomadas segundo relato feito pelo vereador Marcos Henriques, do PT, presente ao encontro.
O vereador ressaltou a gratidão que o PT tem ao governador, por sempre ter apoiado candidaturas petistas, mas disse esperar que as reivindicações ora formuladas também sejam levadas em consideração. De forma mais radical, o deputado estadual Anísio Maia expressou: Nós estamos com Ricardo Coutinho e o PSB, mas queremos que eles façam a mesma luta que nós temos. Nossa luta é a mesma e o governador precisa entender isso. Não aceitamos o DEM na chapa encabeçada por João Azevedo. Não me vejo apoiando essas legendas e não podemos votar em partidos golpistas, sublinhou Anísio Maia.
Nonato Guedes