O governador Ricardo Coutinho (PSB), que anunciou, ontem, a criação de um Comitê de Abastecimento para fazer face aos reflexos da crise provocada pela greve nacional dos caminhoneiros, garantiu que 100% da frota policial está circulando no Estado, isto por causa de acordo assegurando o abastecimento de viaturas, ambulâncias e outros veículos essenciais. Em pronunciamento no programa radiofônico oficial Fala Governador, Ricardo reafirmou que se solidariza com o movimento deflagrado pelos caminhoneiros mas ressaltou que a prioridade do governo do Estado é salvar vidas e preservar os direitos do cidadão.
O Estado, conforme Coutinho, já está contribuindo com sua parte porque vai perder a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), zerada pelo governo federal. Se o ICMS fosse diminuído, observou ele, a Paraíba teria uma queda de receita de R$ 350 milhões por ano. Apenas com a Cide zerada, a Paraíba perderá, a partir de julho, cerca de R$ 3 milhões mensais, totalizando, este ano, R$ 18 milhões. O governador falou sobre os objetivos do Comitê de Abastecimento, o principal deles intensificar o trabalho de manutenção na Paraíba dos serviços essenciais para a população. Ricardo reuniu o secretariado e anunciou a garantia de escoltas para os transportes de gás de cozinha, medicamentos e insumos necessários para os hospitais, presídios, escolas e para conservar a qualidade do abastecimento de água fornecida pela Cagepa.
Numa reunião com representantes de vários setores do governo nas últimas horas foi feita uma radiografia da realidade vivida pela Paraíba diante da conjuntura nacional. Pelo relato do governador, a área de saúde já enfrenta problemas com o estoque de doação de sangue e com a falta de medicamentos como a insulinaLantus, que está presa em um dos bloqueios fora do Estado. Igualmente não há previsão sobre a chegada de medicamentos para tratamento oncológico e hormônio do crescimento. Ou de novas vacinas contra gripe e outras, nesta semana. Minha solidariedade com o movimento vai até onde os direitos do povo sejam preservados. A população não pode ficar sem gás de cozinha, sem alimentos, sem transporte público funcionando integralmente; enfim, os direitos precisam ser mantidos, enfatizou Ricardo Coutinho.
Nonato Guedes