Data e local de lançamento da pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT) ao Palácio do Planalto foram anunciados, ontem, pela cúpula nacional do Partido dos Trabalhadores, ignorando as determinações legais que resultaram na prisão de Lula desde sete de abril, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. O ato de lançamento ocorrerá na sexta-feira da próxima semana em Contagem, Minas Gerais, e em sua página oficial o partido diz que a data foi alterada em virtude da dificuldade de local.
A previsão inicial era a de que o lançamento fosse efetivado no dia nove. Mas como os petistas têm enfrentado dificuldades para encontrar hotéis que possam acomodá-los depois dos ataques sofridos durante a caravana do ex-presidente pelo Sul do País, a agenda teve que ser refeita. A dúvida, agora, é quanto ao comparecimento de governadores que manifestam apoio ou simpatia pela candidatura de Lula e que estão às voltas com graves problemas nos Estados, decorrentes da conjuntura nacional. Essa apreensão foi objeto de debate da cúpula do partido, na noite de segunda-feira, em São Paulo.
Na reunião, dirigentes partidários queixaram-se do fato de o governador da Bahia, Rui Costa, filiado ao PT, não ter participado de recente encontro convocado pela presidente nacional, senadora Gleisi Hoffmann. Temendo baixas, o comando petista definiu como prioridade insistir na presença dos governadorespetistas, de governadores aliados e de ex-ministros no ato de lançamento. Um dos governadores classificados como aliado é o da Paraíba, Ricardo Coutinho, do Partido Socialista Brasileiro. Ele vocalizou declarações condenando a prisão de Lula, foi um dos governadores barrados na tentativa de visitá-lo em Curitiba na prisão e trouxe tanto Lula quanto a ex-presidente Dilma Rousseff à Paraíba para inauguração informal das obras de transposição do rio São Francisco, por ocasião da chegada das águas a alguns Eixos situados em nosso Estado.
A nota do site do Partido dos Trabalhadores afirma: Convidamos todos os diretórios estaduais e municipais do PT, nossa militância, os movimentos sociais que lutam contra o golpe e a prisão injusta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Há uma ampla controvérsia nos meios jurídicos acerca da viabilidade de registro de uma candidatura de Lula pelo Tribunal Superior Eleitoral, mas nas hostes do PT a ordem é ignorar a evidência de que ele está preso e supostamente inelegível e assumir como fato consumado o lançamento de sua candidatura a presidente.
Nonato Guedes, com Folhapress