Revoltado com o trancamento da pauta das votações em função de um veto do governador Ricardo Coutinho a projeto de lei oriundo do Ministério Público, o deputado estadual João Henriques (PSDB) chutou o pau da barraca e usou a tribuna, ontem, para afirmar que a Assembleia Legislativa conta com 36 palhaços, comandados por um palhaço maior (referência ao presidente Gervásio Maia). De acordo com ele, ao invés de cumprir sua função constitucional de presidir os trabalhos, Gervásio saiu do plenário correndo atrás do governador para se curvar, implorar, se subjugar e pedir permissão para apreciar o veto na próxima semana.
O veto a que João Henriques se refere diz respeito ao Programa de Aposentadoria Incentivada para os servidores do quadro efetivo do Ministério Público. O projeto tramitou nas comissões da Assembleia, foi aprovado no âmbito da Comissão de Constituição e Justiça e aprovado por unanimidade pelo plenário, sendo, então, encaminhado ao chefe do Executivo para a sua análise. Vetado por Coutinho, o projeto retornou ontem. Eu lamento o fato que vi, acompanhei e presenciei. Esta Casa aprovou o projeto por unanimidade e o senhor governador Ricardo Coutinho vetou a matéria ao arrepio da Lei, contrariando os postulados do direito permitido. Lamentavelmente, o veto chegou, trancou a pauta, e estamos todos nós, os 36 deputados, 36 palhaços comandados pelo palhaço maior, de mãos atadas, já que a votação foi suspensa e o presidente foi atrás do governador para pedir autorização a fim de votar a matéria em outra sessão, relatou João Henriques.
O deputado tucano reclamou que,com esse comportamento, foram ultrapassados todos os limites razoáveis. Eu não posso nem devo concordar com manobras desta natureza. Se o governador concordar, o veto será derrubado. Se não concordar, esta Casa vai se agachar, se humilhar cada vez mais e manter o veto. É uma vergonha, uma postura inaceitável, protestou o parlamentar. João Henriques concluiu afirmando ser importante que a população da Paraíba tome conhecimento do estágio a que chegou o Parlamento estadual. Estou deveras envergonhado com tudo isso, verberou o deputado.