O senador José Maranhão, pré-candidato a governador pelo MDB, avançou nas articulações para compor sua chapa majoritária, em aliança com pelo menos outros três partidos, havendo especulações de que o anúncio poderá ser formalizado até sexta-feira, dia 15, número do postulante. Conforme versões de bastidores, a chapa maranhista deverá ter o ex-secretário de Esporte, Bruno Roberto, filho do deputado federal Wellington Roberto, do PR, para a vice, a deputada estadual Daniella Ribeiro, do PP, para uma das vagas ao Senado e o vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Júnior, do PSC, para a outra vaga senatorial.
Os nomes cogitados para compor a chapa de Maranhão são de jovens lideranças, numa estratégia calculada do senador emedebista, que tem 84 anos de idade, para barrar a orquestração de adversários empenhados em queimar sua postulação junto a parcelas do eleitorado. Além de Manoel Júnior, Maranhão cogitou a hipótese de ter o empresário Dalton Gadelha na chapa, possivelmente como vice, mas teria recuado para abrir espaço com vistas a contemplar o PR. A definição do pré-candidato emedebista ao governo teria sido precipitada com as posições dos prefeitos dos dois maiores colégios eleitorais do Estado, João Pessoa (Luciano Cartaxo, do PV) e Campina Grande (Romero Rodrigues, do PSDB). Ambos fecharam com a pré-candidatura de Lucélio Cartaxo, irmão gêmeo de Luciano, ao governo, e para vice foi indicada a doutora Micheline Rodrigues, mulher do prefeito Romero. Para o Senado, a chapa de Lucélio terá como candidatos o tucano Cássio Cunha Lima e o senador Raimundo Lira, atualmente no PSD, ambos disputando reeleições.
A terceira chapa que deverá concorrer nas eleições de outubro é encabeçada pelo ex-secretário João Azevedo, pelo PSB, candidato in pectoris do governador Ricardo Coutinho, que deverá ter como vice o ex-senador Efraim Morais, presidente do Democratas e como candidatos ao Senado o atual deputado federal Veneziano Vital do Rêgo, ex-PMDB, hoje PSB, e o deputado federal Luiz Couto, do Partido dos Trabalhadores. A inclusão de Daniella Ribeiro na chapa majoritária, ao Senado, ao lado de Maranhão, contempla o projeto do PP de ter uma representante naquela Casa do Congresso. O PP descartou ofertas para a vice-governança e se favoreceu com a disposição de Daniella de encarar a disputa, abrindo mão de uma reeleição praticamente assegurada para a Assembleia Legislativa.
No cenário paraibano, ainda há expectativa quanto à manutenção ou não da pré-candidatura da vice-governadora Lígia Feliciano, do PDT, ao Palácio da Redenção. Lígia mantém a pose de quem vai disputar e o PDT está praticamente rompido com o governador Ricardo Coutinho, que o acusou de tentar formar um governo paralelo no Estado. As indefinições ainda são muitas quanto à possibilidade de Lígia levar à frente a pré-candidatura sem o lastro de outros partidos importantes. Desafiando essas evidências, Lígia percorre municípios do interior, ensaia diálogos com parcelas da sociedade, apresenta-se na TV debatendo propostas e insiste em que poderá dar continuidade às ações do governo Ricardo Coutinho com o suposto apoio da base governista.
O discurso de Lígia não repercute, entretanto, junto aos partidários do oficialismo. O pré-candidato do PSB, João Azevedo, advertiu que o seu partido já vem caminhando no sentido de mostrar à Paraíba um projeto viável. Meu nome está posto de forma irreversível, até porque foi definido há bastante tempo. Azevedo chegou a afirmar que Lígia só tem a legitimidade de ser pré-candidata do partido dela, que é o PDT, presidido no Estado pelo seu marido, o deputado federal Damião Feliciano. Ela faz parte de outro projeto, que não é o do governo atual, sentencia Azevedo.
Nonato Guedes