Entre janeiro e maio deste ano, 115 pessoas já foram picadas por cobras peçonhentas na Paraíba, segundo dados do Núcleo de Controle de Zoonoses da Secretaria de Estado da Saúde (SES). O volume é menor que o registrado no mesmo período do ano passado, quando foram 134 ocorrências, mas é
preciso ficar alerta, uma vez que esta época do ano é propícia para o surgimento de novos casos.
Entre as ocorrências mais recentes está a morte da agricultora Maria Eduarda Pereira da Silva, de 56 anos. No último sábado, ela foi picada por uma cobra jararaca, no quintal do sítio onde morava, na zona rural do município de Areial, no Agreste. A mulher ainda foi levada para o Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande, mas não resistiu às conseqüências do veneno. Médico veterinário da Gerência Operacional de Vigilância Ambiental da SES, Francisco de Assis Azevedo explica uma das causas para o risco de novos casos nesta época do ano. Estamos na época da colheita do milho, do arroz. Tem muita gente nas áreas rurais fazendo essa colheita. Nestas regiões há muita incidência dessas serpentes, então é comum novos casos.
A Paraíba tem três das quatro espécies peçonhentas existentes no Brasil: jararaca, cascavel e coral. Os efeitos do veneno vão depender do local picado e do volume de substância absorvida, por isso a orientação é que a vítima busque de imediato um dos três centros de referência presentes no Estado: Hospital Universitário Lauro Wanderley, em João Pessoa; Hospital de Trauma de Campina Grande; Hospital Regional de Patos.
Se possível, trazer a cobra, porque fica mais fácil administrarmos o soro. Muita gente acha que foi picado por uma serpente peçonhenta, mas nem sempre é. Trazendo a cobra podemos constatar isso, explicou Francisco.
Beto Pessoa – Jornal Correio da Paraíba