O presidente do diretório estadual do PT, Jackson Macedo, voltou atrás nas exigências feitas ao PSB para oficialização da aliança às eleições de outubro e garantiu que a única ação necessária para que os petistas possam apoiar o pré-candidato socialista João Azevedo é a confirmação do apoio deste e do seu esquema a uma virtual candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Planalto. O presidente estadual do PSB, Edvaldo Rosas, em resposta, reafirmou a importância do PT mas disse que esse condicionamento só será debatido no início de agosto, após definição da Executiva Nacional Socialista sobre a posição da legenda no páreo presidencial.
Inicialmente, a direção petista na Paraíba exigiu que os socialistas não aceitassem o apoio a Azevedo de partidos e políticos que se posicionaram pelo impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, a exemplo do deputado federal Veneziano Vital do Rêgo, pré-candidato ao Senado, e do ex-senador Efraim Morais, que comanda o Democratas (DEM). Na sequência, os petistas acrescentaram outra exigência: só haveria apoio a Azevedo se fosse garantida vaga na chapa majoritária para o PT, interessado em abocanhar uma das vagas ao Senado. Após reunião com a Executiva Nacional do PT, Jackson Macedo informou que serão aceitas as definições dos socialistas, porém, em contrapartida, o apoio a Lula deve ser ratificado.
– Não temos mais nenhum condicionamento e o debate sobre a presença na chapa majoritária torna-se secundário diante do que é mais importante: o palanque do presidente Lula. Se João Azevedo reafirmar seu apoio à candidatura do presidente Lula, estaremos juntos com ele expressou Jackson Macedo em declarações à imprensa. O dirigente estadual frisou que já não opõe mais restrições de apoio à pré-candidatura de Veneziano Vital do Rêgo ao Senado. O parlamentar, que migrou do MDB para o PSB, até então era chamado de golpista. Votarei em Veneziano desde que todos estejam sintonizados com o projeto nacional representado pela candidatura de Lula. A partir de agora, depois da conversa com a direção nacional, meu posicionamento será nessa linha.E contamos com o PSB da Paraíba, explicou Macedo.
O PSB adia uma definição na expectativa de ganhar tempo diante do possível apoio ao PDT, mais especificamente à pré-candidatura do presidenciável Ciro Gomes, que pode vir a atrapalhar a consumação da aliança com o PT paraibano. Apurou-se, ontem, que as notícias de que já haveria maioria no PSB favorável à aliança nacional com Ciro Gomes foram decisivas no pronunciamento de Macedo sobre não haver mais exigências como as que haviam sido colocadas. A mudança de tom no discurso do PT coincidiu com a divulgação de pesquisa mostrando que, sem Lula, o partido não tem chances na disputa pela presidência da República. No levantamento da CNI-Ibope, o ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, apontado como o Plano B do PT conseguiu apenas 2% das intenções de voto. A concessão de registro à candidatura de Lula torna-se complicada porque ele continua preso em Curitiba e figura no índex como ficha suja, impedido, portanto, de postular mandatos.
Nonato Guedes