Depois de dançarem forró por todo o Estado, pré-candidatos ao governo voltam-se para os entendimentos de bastidores com vistas à definição das chapas para concorrer às eleições majoritárias de outubro. São seis pré-candidatos, que mantêm diálogos com legendas e lideranças de diferentes partidos, buscando selar composições que fortaleçam suas pretensões. O pré-candidato do PV, Lucélio Cartaxo, corteja o apoio do PR presidido pelo deputado federal Wellington Roberto e do PP, dirigido pelo vice-prefeito de Campina Grande, Enivaldo Ribeiro, mas tem consciência de que a bola é dividida nesse jogo, uma vez que o MDB do senador José Maranhão e o PSB do pré-candidato João Azevêdo já vêm ensaiando conversações há algum tempo.
Até o momento, nenhuma das seis chapas está formada integralmente, o que causa certo desconforto aos cabeças, ansiosos por botar o bloco nas ruas. O prazo para início das convenções partidárias está se afunilando é a partir do dia 20,daí a pressa de candidatos e cúpulas em acelerar definições. Maranhão oferece vagas de vice-governador e de senador. O PSB acena, inclusive, para a deputada estadual Daniella Ribeiro, do PP, adversária do governo Ricardo Coutinho, com uma vaga ao Senado na chapa de João Azevedo. Daniella, aliás, tem audiência agendada para hoje com Ricardo na Granja Santana para debater a questão da violência na Paraíba. Ela defende mais investimentos na área e em discursos na Assembleia critica a atual gestão, partindo do argumento de que houve aumento no índice de criminalidade, o que o governo nega. A audiência havia sido requerida em fevereiro, por ocasião da reabertura dos trabalhos legislativos.
Apurou-se, ontem, que o ex-senador Wilson Santiago, presidente do PTB, defende um nome do Sertão para a vice de João Azevedo, mais precisamente o do deputado estadual Nabor Wanderley, do PRB, ou da ex-prefeita de Pombal, Polyanna Dutra, do PT. A vice-governadora Lígia Feliciano conta com a assistência do marido, deputado federal Damião Feliciano, presidente estadual do PDT, para a condução de entendimentos sobre o preenchimento da chapa. Lígia deixou escapar, com base em consultas que tem realizado junto a segmentos da sociedade, que deve pautar como uma das prioridades da sua plataforma a geração de empregos, avaliando que a população paraibana é muito carente nesse sentido. Lígia ainda não confirmou apoio de nenhum partido ao seu projeto político.
Por sua vez, o pré-candidato do Psol, Tárcio Teixeira, disse que ainda está mantendo conversas com agremiações de esquerda, na expectativa de construção de uma aliança sólida. Ele garantiu que a Unidade Popular de Apoio ao Socialismo está fechada com sua candidatura. Amanhã, o Psol irá receber na Paraíba o pré-candidato a presidente da República, Guilherme Boulos, do MTST, que luta para angariar votos destinados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que tendem a ficar prejudicados diante da perspectiva de inelegibilidade de Lula, por estar condenado e preso sob acusação de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Nonato Guedes