O presidente Michel Temer (MDB), falando no Encontro Nacional da Indústria, aberto ontem em Brasília pela Confederação Nacional da Indústria, afirmou que o seu sucessor na presidência da República terá que implementar a reforma da Previdência que ele não conseguiu viabilizar devido a resistências enfrentadas no âmbito do Congresso Nacional, algumas delas partidas da própria base de sustentação política. Temer observou que foi seu governo que colocou a reforma previdenciária, definitivamente, na agenda política nacional. Ninguém pode negar que essa reforma é fundamental para o Brasil, expressou.
O presidente reconheceu que o tema é bastante controverso e justificou que diversas circunstâncias impediram a aprovação das novas regras de aposentadoria durante o seu governo. O tema, indiscutivelmente, merece amplo debate, mas eu creio que não haverá presidente que não lute para implantar a reforma, acrescentou. O atual governo enviou ao Congresso Nacional uma proposta de emenda constitucional com mudanças nas regras de aposentadorias e pensões, todavia, o texto não chegou a ser votado pelo plenário da Câmara.
Além disso, Temer defendeu outra reforma polêmica, a trabalhista, e insistiu na necessidade de uma reforma tributária. Vamos fazer uma grande simplificação e seguramente impedir qualquer aumento de tributação, asseverou ele. O presidente da CNI, Robson Andrade, elogiou a reforma trabalhista e fez referência à baixa popularidade do presidente. Todo esse trabalho que o senhor fez, se não reconhecido hoje, com certeza a história vai reconhecer, disse. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), por sua vez, declarou que o Brasil atualmente vive um momento de ruptura e a eleição de outubro será uma ocasião adequada para a discussão desses temas. A saída está no diálogo e não nas pessoas, enfatizou Fernando Henrique. O empresário Roberto Cavalcanti, representante da Paraíba na diretoria da CNI junto com Francisco de Assis Benevides Buega Gadelha, afirmou que a discussão que vem sendo promovida no encontro é importante para a construção de um novo país. O desafio do próximo governo é compactar os interesses populares com a realidade econômica e a necessidade de credibilidade nacional e internacional do Brasil, comentou.
Nonato Guedes, com agências