O Partido Progressista (PP), presidido na Paraíba pelo vice-prefeito de Campina Grande, Enivaldo Ribeiro, é a agremiação mais cobiçada na reta final das definições de chapas majoritárias para as eleições de outubro na Paraíba. Faltando mais de 25 dias para fechamento das chapas que disputarão eleições, o Progressistas não vaza qualquer informação ou pista sobre com quem vai ficar após cinco de agosto, derradeiro prazo para convenções e amarração de alianças. A despeito de estar na oposição ao governo Ricardo Coutinho desde que este foi iniciado em 2011, o PP pode relevar divergências e se compor com a pré-candidatura de João Azevedo (PSB) ao governo, assegurando espaço para a candidatura da deputada Daniella Ribeiro a senadora.
A deputada estadual, inclusive, manteve recente audiência com o governador Ricardo Coutinho, patrocinador da candidatura de Azevedo, a pretexto de tratar da questão da segurança pública na Paraíba. A agenda administrativa foi, naturalmente, prioritária, mas não faltaram sinalizações do governador favoráveis a uma atração de Daniella para o esquema governista. Isto não demoveu pré-candidatos oposicionistas como o senador José Maranhão (MDB) e Lucélio Cartaxo (PV) de alimentarem esperanças acerca da composição com o PP. Tanto Maranhão quanto Lucélio esmeram-se em elogios ao grupo, realçando as qualidades de Daniella, que é tratada na imprensa como noiva cobiçada e que já declarou claro que está mais do que pronta para aceitar o desafio.
O PP é cortejado, igualmente, pelo tempo de guia eleitoral no rádio e na TV- é o quarto maior entre as legendas que terão acesso à propaganda durante a campanha. Um outro chamariz está na boa contribuição financeira resultante do fundo de financiamento eleitoral e que vem com um bom montante, uma espécie de dote atraente, na definição, em off, de um líder político. Até agora, o senador Maranhão anunciou o vice, Bruno Roberto, do PR, e o vice-prefeito da Capital, Manoel Júnior (PSC), como uma das opções ao Senado, estando na expectativa de que Daniella seja a outra candidata. Lucélio Cartaxo, por sua vez, tem como vice a doutora Micheline Rodrigues, esposa do prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, e já conta com um senador anunciado o tucano Cássio Cunha Lima, que concorrerá à reeleição, faltando definir a segunda vaga. Nas últimas horas especulou-se que o nome da vice-governadora Lígia Feliciano (PDT), rompida com o esquema ricardista, estaria em pauta no MDB para a outra vaga ao Senado. Lígia, contudo, é inflexível na manutenção da pré-candidatura ao governo. Maranhão preveniu não ter havido convite formal a Lígia, mas admite que o interlocutor dos entendimentos com Lígia e seu marido, o deputado federal Damião Feliciano, é o deputado federal Wellington Roberto, pai de Bruno, o vice de JM.
Em relação ao apoio do PSC, Maranhão não acredita em óbices da parte do deputado federal Marcondes Gadelha, presidente estadual da legenda, observando que a indicação de Manoel Júnior para o Senado contempla perfeitamente a agremiação. Maranhão, entretanto, é cauteloso e salienta que falta bater o martelo com a cúpula presidida por Gadelha. Se fechado o acordo, vamos apoiar Manoel Júnior, que, inclusive, já foi do MDB, explica o senador e pré-candidato. Manoel Júnior, no aguardo do posicionamento definitivo de Marcondes, já deixou claro que continua preferindo operar no campo das oposições ao governo de Ricardo Coutinho.
Nonato Guedes