Eleito em 2002 para o único mandato de senador que exerceu,o paraibano Efraim Morais fez sua estreia na tribuna no dia 27 de fevereiro de 2003 tecendo críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula por não corresponder a expectativas criadas junto à população na campanha eleitoral. Apesar disso, coube a Efraim dar posse a Lula no seu primeiro mandato. Filiado ao então PFL, hoje DEM (Democratas), foi escolhido para ser o líder do Bloco Parlamentar de Oposição no Senado, representando o seu partido e o PSDB. Ele idealizou uma CPI dos Bingos, que causou ironia do próprio Lula, qualificando-a como CPI do fim do mundo. Mesmo assim, a CPI produziu documentos incriminadores e o relatório final elencou sugestões de medidas a serem tomadas pelo governo. Morais era tido como azarão na disputa de 2002 e desbancou um campeão de votos, Wilson Braga. A outra cadeira ficou com José Maranhão, que havia deixado o governo.
Efraim chegou a dar um crédito de confiança ao governo que sucedeu o de Fernando Henrique Cardoso. Alegou que o presidente Lula tinha demonstrado visão ecumênica, suprapartidária, em busca de resultados positivos em favor da sociedade brasileira. De nossa parte, encontrará uma oposição atenta, vigilante e firme, mas igualmente disposta a colaborar em tudo o que dissesse respeito ao interesse público. Faremos oposição ao governo, não ao país, declarou Morais. Com a renúncia de Aécio Neves ao mandato de deputado e à presidência da Câmara para assumir o governo de Minas, para o qual tinha sido eleito, Efraim ascendeu ao comando efetivo da instituição e foi nessa circunstância que ele deu posse a Lula. Como parlamentar, o paraibano ocupou, também, a primeira-secretaria do Senado e marcou sua atuação pela abordagem, no plenário, de temas de repercussão nacional e temas de interesse específico da Paraíba.
Concluído o mandato, Efraim abriu espaço para a ascensão de Efraim Filho à deputação federal. Hoje, Efraim Filho tem atuação destacada no Parlamento e é candidato à reeleição. Quanto ao pai, colocou seu nome à disposição do governador Ricardo Coutinho como opção para a vice de João Azevedo, pré-candidato ao governo pelo PSB. Efraim Morais exerceu secretarias no período administrativo de Ricardo e se mantém em posição de expectativa quanto a uma possível participação na chapa majoritária oficial este ano.
Natural de Santa Luzia, no Vale do Sabugy, Morais reelegeu-se quarto secretário da Mesa da Câmara, no início de 1999. Em 2001, elegeu-se vice-presidente da Câmara. Ao comentar sua ascensão ao Senado, frisou: Chego ao Senado como integrante do Partido da Frente Liberal desde a sua fundação. Sou, pois, político forjado nas lutas de base e fiel a uma doutrina política que professe os ideais da democracia e da liberdade de mercado. Na sua passagem pelo Congresso, Efraim Morais seguiu à risca o mandamento que se atribuíra, ou seja, não fazer oposição predatória. O governo de Lula enviou projetos de reformas, porém, Morais não ofertou um cheque em branco e exortou seus colegas de Oposição a analisarem rigorosamente as propostas oriundas do Executivo. Ele reagiu a insinuações do governo petista que chamara parlamentares oposicionistas de caras de pau, candidatos ao troféu óleo de peroba por cobrarem alguma sinalização do governo quanto às reformas e mencionarem o estado de paralisia do país.
Nonato Guedes