O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aposta na ocorrência de fatos novos que lhe possibilitem registrar candidatura à Presidência da República. No momento, ele cumpre pena de reclusão em cela da Superintendência Federal em Curitiba, Paraná, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O deputado Wadih Damous, do PT-RJ, que esteve em visita ao ex-mandatário, ontem, relatou que ele não percebeu disposição concreta por parte do PCdoB e do PSB de se comporem com o PT na eleição presidencial. A impressão que fica é a de que o ex-presidente assumirá a candidatura, expressou o parlamentar.
Há muitas versões desencontradas sobre a hipótese de elegibilidade ou não de Lula, que, inclusive, lidera pesquisas de opinião pública em diferentes regiões do país, apesar da incerteza com relação à oficialização de sua candidatura. A versão mais difundida é a de que expoentes do Judiciário, mais precisamente do Supremo Tribunal Federal, estariam dispostos a rever a condenação imposta a Lula, de 12 anos de prisão, e, na sequência, admitir a viabilidade da sua pré-candidatura. Essa informação se choca com opinião que deixou escapar o ministro Dias Toffoli, que assumirá a presidência do Supremo em setembro e que disse à reportagem do site UOL considerar remotíssima a possibilidade de candidatura do líder petista no pleito deste ano.
De acordo com informações mais recentes, a oficialização da candidatura do ex-presidente da República ao Planalto, mesmo desafiando a Lei da Ficha Limpa, que ele próprio sancionou quando exerceu o cargo, está prevista para acontecer no próximo dia quatro, por ocasião de um encontro nacional do Partido dos Trabalhadores em São Paulo. Ele é candidato, mesmo que não consiga viabilizar uma Frente de Esquerda, diante da resistência de outros partidos em formar com o PT, expressou o deputado Wadih Damous ao traduzir o conteúdo da conversa mantida com o ex-presidente da República.
A convenção do Partido dos Trabalhadores, homologatória da pré-candidatura de Lula, aconteceria no dia quinze de agosto, criando para a Justiça Eleitoral um problema sobre a decisão favorável ou negativa. Lula já está sendo aconselhado por alguns interlocutores a fazer campanha em prisão domiciliar, uma das alternativas em pauta. Até então, o ex-presidente recusou o benefício da prisão domiciliar, apostando fichas numa mobilização nacional que reverta a sua prisão e resulte na sua soltura. Mas o PT e os apoiadores de Lula estão abertos a qualquer perspectiva, ao exame de qualquer brecha que venha a surgir, afirma Wadih Damous.
Nonato Guedes, com agências