Como estratégia para neutralizar a pré-candidatura da deputada estadual Daniella Ribeiro (PP) ao Senado, possivelmente na chapa encabeçada por Lucélio Cartaxo (PV), peemedebistas começam a espalhar que em 2019 Campina Grande terá uma senadora certa, caso o ex-governador José Maranhão (MDB) seja eleito ao Palácio da Redenção: a suplente Nilda Gondim. Ela compôs a chapa de Maranhão em 2014, quando o clã Veneziano-Vital militava no PMDB. Na ocasião, o ex-senador Vital do Rêgo Filho disputou o governo do Estado, mas não teve chance de ir para o segundo turno, quando o então PMDB apoiou a candidatura de Ricardo Coutinho, que derrotou Cássio Cunha Lima. Veneziano foi eleito deputado federal no lugar da mãe, Nilda, que ficou na primeira suplência de Maranhão, seguida pelo ex-vereador por João Pessoa Aristávora Santos (Tavinho).
Foi o ex-vice-governador e ex-governador Roberto Paulino, em entrevista, quem levantou a lebre da hipótese de Campina já ter uma senadora na agulha caso Maranhão saia vitorioso ao governo em outubro próximo. Ozanilda Gondim, 72 anos, é natural de João Pessoa, filha do ex-governador Pedro Moreno Gondim, tido como um dos mais populares e carismáticos líderes políticos da década de 60 no Estado. Casou-se cedo com o advogado e político Antônio Vital do Rêgo, passando a residir e atuar em Campina Grande. Teve três filhos: Antônio Vital do Rêgo (Vital Filho ou Vitalzinho), atualmente ministro do Tribunal de Contas da União, Veneziano Vital do Rêgo, atualmente deputado federal e candidato ao Senado na chapa de João Azevedo (PSB) e Rachel Gondim.
Em 2010, Nilda Gondim decidiu acompanhar a vocação política da família, candidatando-se a deputada federal. Obteve uma votação expressiva quase 80 mil votos e teve uma atuação regular na Casa, defendendo reivindicações de interesse do Estado da Paraíba e enfileirando-se junto a outras mulheres na defesa de temas pertinentes ao sexo feminino, cujo eleitorado é majoritário no País. Uma vez encerrado esse mandato, Nilda abriu espaço para o filho Veneziano, mas constou na suplência de José Maranhão, de quem herdará a cadeira caso este seja vitorioso este ano. Se o resultado for concretizado e Veneziano ascender a uma cadeira ao Senado, mãe e filho atuarão numa mesma Casa Legislativa, fenômeno que tem se tornado frequente no Brasil, às vezes em ambientes distintos, mas na mesma seara. O senador Cássio Cunha Lima (PSDB), por exemplo, tem um filho, Pedro Cunha Lima, deputado federal. Ambos são candidatos à reeleição este ano.
Nonato Guedes