O jornalista, escritor e ex-secretário de Cultura da Paraíba Severino (Biu) Ramos faleceu hoje à noite, aos 79 anos de idade, no hospital Memorial São Francisco, em João Pessoa, vítima de agravamento de complicações decorrentes de pneumonia. Casado com a psicóloga Lúcia Sá, com quem teve dois filhos (Tiago e Felipe), Biu Ramos nasceu em Santa Rita e teve três filhos do primeiro casamento, com Helena Cruz Laerte, Lissia e Liane. Ingressou como repórter no Correio da Paraíba aos 17 anos de idade e no próprio jornal de sua estreia ocupou todos os cargos de redação, de chefe de reportagem a secretário, editor e colunista, durante 14 anos consecutivos.
Foi, também, colunista político do jornal O Norte, diretor-presidente da Rádio Tabajara, superintendente do jornal A União, secretário de Cultura no governo Tarcísio Burity, correspondente do Jornal do Brasil e da Folha de São Paulo, bem como das revistas Veja e Realidade, além de ter sido o primeiro diretor da sucursal do Diário de Pernambuco em João Pessoa. Em 1985, Severino Ramos publicou seu primeiro livro, Arca dos Sonhos, iniciando uma carreira de escritor que também o consagraria. Em seguida lançou Crimes que abalaram a Paraíba (dois volumes), Memórias de um Repórter, O Mago de Catolé (biografia do ex-governador João Agripino Filho), A verdade de cada um, Era uma vez um boêmio histórias e fantasias de mesa de bar e a biografia do ex-governador Tarcísio Burity, intitulada Esplendor & Tragédia.
Numa das entrevistas que concedeu, abordando a iniciação no jornalismo, Biu Ramos afirmou: O jornalismo, para mim, sempre foi uma vocação, mais do que uma vocação um impulso, uma vontade incontrolável. A maior alegria da minha infância foram as primeiras letras; mais do que as aprendia, as sorvia com sofreguidão, descobrindo o mistério e a sonoridade dos vocábulos, a magia da escrita. Severino Ramos foi testemunha privilegiada de acontecimentos políticos históricos na Paraíba em governos como os de Pedro Gondim, João Agripino, Ernani Sátyro, Ivan Bichara, Tarcísio Burity, Ronaldo Cunha Lima. Para ele, o jornal A União era a grande escola de jornalismo da Paraíba, mas a grande escola do homem, em qualquer profissão, é a escola da vida, porque nessa não há férias.
Nonato Guedes