O prefeito de Patos, Dinaldo Wanderley Filho (Dinaldinho), do PSDB, um dos alvos da Operação Cidade Luz desencadeada, ontem, pelo Ministério Público do Estado da Paraíba com o objetivo de desarticular um suposto esquema de pagamento de propinas e fraudes na administração pública do município, expressou em nota a sua confiança na Justiça e também a sua disposição em colaborar com a Justiça para esclarecimento dos fatos. De acordo com o promotor Romualdo Tadeu, o prefeito Dinaldinho que foi eleito prometendo ética e combate à corrupção atuava diretamente nas negociações que tiveram início com a empresa Enertec durante a campanha eleitoral de 2016, quando houve o compromisso de pagamento de caixa dois para a campanha do tucano.
Romualdo esclareceu que foram pagos R$ 180 mil a título de propina e que a empresa teria lucrado algo em torno de R$ 700 mil por meio do contrato firmado com a municipalidade. De conformidade com o promotor, o esquema político liderado pelo prefeito Dinaldinho recebia 5% de todas as medições feitas pela empresa para o serviço contratado. Outro indício de irregularidade apontado na investigação foi a doação de R$ 100 mil pela empresa à prefeitura para investimentos no São João do ano passado. Ao todo, a operação desencadeada ontem cumpriu 16 mandados de busca e apreensão e, ainda, a prisão preventiva de Múcio Filho, assessor do alcaidepatoense. Um dos mandados de busca foi efetuado na residência do irmão de Dinaldinho, o empresário Gustavo Wanderley. Outro indício de irregularidade apontado na investigação foi a doação de R$ 100 mil pela empresa à prefeitura para investimentos em festejos juninos.
A prefeitura de Patos distribuiu nota, nestes termos: A gestão municipal esclarece que ainda na primeira operação envolvendo a empresa Engenharia Elétrica Real Energy LTDA, no ano passado, determinou o cancelamento do processo licitatório vencido pela mesma em 2017, mostrando transparência, independência e isenção nas relações mantidas com a referida empresa. Segundo a nota, à época o prefeito determinou a abertura de um processo de investigação para ajudar no esclarecimento dos fatos envolvendo as investigações do MP. O gestor também determinou que a Procuradoria do município informasse ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público Estadual as medidas que foram adotadas pela edilidade em relação ao caso, assim como os demais atos que demandaram o novo processo licitatório.
No que concerne aos episódios envolvendo servidores implicados na Operação Cidade Luz já foi determinada a abertura de processos administrativos que apurarão eventuais desvios de conduta em relação à prefeitura, e que, assim sendo, as medidas cabíveis serão tomadas. O empresário Gustavo Wanderley ressaltou que não tem qualquer vínculo empregatício ou participação na administração municipal de Patos e estranhou o envolvimento do seu nome na operação deflagrada.
Nonato Guedes