O deputado federal Eduardo Jorge (PT-SP), escolhido como vice da presidenciável Marina Silva (Rede) tem ligações com a Paraíba foi preso em João Pessoa no período da ditadura militar, sob acusação de participação em atos de guerrilha urbana. Foi incurso na Lei de Segurança Nacional e enfrentou uma segunda prisão, desta feita em São Paulo. Ele é filho de Guilhardo Martins Alves, médico do Exército, que foi reitor da Universidade Federal da Paraíba a partir de 1964 até o início dos anos 70, sendo tido pela esquerda como expoente da linha dura que dava apoio ao regime dos generais. Eduardo Jorge é baiano e médico sanitarista. Guilhardo Martins já faleceu. A informação sobre os vínculos do vice de Marina com a Paraíba foram dadas pelo colunista Sílvio Osias, do JP Online, que conviveu com Eduardo Jorge.
Sílvio Osias compara, guardadas as proporções, o drama vivido por Eduardo Jorge com o pai, na ditadura, com a divergência entre Nelson Rodrigues, o cronista pernambucano que ganhou notoriedade no Rio, e que apoiava ostensivamente o movimento militar de 64, enquanto seu filho, Nelsinho, era torturado nos porões da ditadura e fichado como comunista. Eduardo Jorge registra, no currículo, passagem pelo Chile de Salvador Allende, um presidente socialista que foi fuzilado pelo Exército no Palácio de La Moñeda. Na Assembleia Nacional Constituinte brasileira de 1988, Eduardo Jorge cumpria seu primeiro mandato de deputado federal, tendo obtido 32.022 votos. Vice-líder do Partido dos Trabalhadores, foi membro da Comissão da Ordem Social e da SubComissão de Saúde, Seguridade e Meio Ambiente. Ele obteve Nota Dez na avaliação do Departamento Intersindical de Apoio Parlamentar. A mesma nota foi conferida ao deputado federal paraibano Antônio Mariz.
No rodapé da página que focalizou Eduardo Jorge, no livro Quem foi Quem na Constituinte, consta a seguinte definição sobre Eduardo Jorge: Parlamentar atuante, destacou-se na defesa do sistema unificado de saúde e na luta pela aposentadoria integral. No plano econômico, defendeu as empresas estatais. Votou a favor da nacionalização das reservas minerais e disse sim à proteção da empresa nacional. Igualmente, votou a favor da reforma agrária e do tabelamento de juros. Apoiou o direito de iniciativa popular no processo legislativo e votou contra oscinco anos de mandato para o então presidente José Sarney, que sucedera a José Sarney com a morte deste.
Nonato Guedes