O número de mulheres candidatas a vice cresceu tanto na disputa presidencial quanto nas disputas estaduais. A eleição deste ano será a primeira em que candidaturas femininas terão uma cota de recursos para campanha do fundo eleitoral. Ao todo, 67 mulheres serão candidatas a vice-governadora nas eleições deste ano, o equivalente a 37,6% do total. Em 2014, eram 27,7% e em 2010 apenas 1 em 9 (11,1%). No caso de candidatas a vice-presidente da República, agora são 4 em 13. As escolhas se deram em meio a um limbo jurídico após a decisão do TSE em maio deste ano, definindo que R$ 510 milhões do R$ 1,7 bilhão aprovado para o fundo público de financiamento de campanhas devem ir para candidaturas do sexo feminino.
O TSE informa que a aplicação de pelo menos 30% em candidaturas femininas é condição obrigatória para a liberação do fundo eleitoral. Mas diz que critérios de distribuição de recursos terão que ser definidos pelo partido, que poderá destinar a cota de gênero para qualquer tipo de eleição majoritária ou proporcional. Especialistas divergem acerca do alcance da medida. Parte defende que os recursos da cota feminina podem ser utilizados para candidaturas majoritárias nas quais um homem ocupe a cabeça de chapa e a mulher ocupe o posto de vice, no caso da Presidência, ou governos, ou de suplente, no caso do Senado.
Uma outra parte defende que o dinheiro só pode ser utilizado em candidaturas majoritárias nas quais a mulher seja a cabeça da chapa. Há ainda um terceiro entendimento, segundo o qual o partido da vice mulher pode usar os recursos da cota para financiar a campanha majoritária. Mas o partido do cabeça de chapa não poderia. Sem uma definição clara, cada partido decidirá sua estratégia. Mas todos eles informam que a escolha de vices mulheres não tem relação com a questão do fundo eleitoral. Atrelar a escolha de uma vice mulher à questão do dinheiro é desvirtuar o debate. Há uma motivação real do nosso partido em ampliar a participação da mulher, enfatiza Marcus Pestana, de Minas Gerais, secretário-geral do PSDB, que terá a senadora Ana Amélia (PP) como candidata a vice na chapa de Geraldo Alckmin. Entre 13 presidenciáveis, apenas Marina Silva e Vera Lúcia (Rede e PSTU) disputarão como cabeças de chapa. Outros quatro candidatos a presidente terão mulheres como vice: Geraldo Alckmin, do PSDB, Guilherme Boulos, do Psol, Ciro Gomes, do PDT, e Cabo Daciolo, do Patriota.