O deputado federal Veneziano Vital do Rêgo (PSB), lançado candidato ao Senado na coligação encabeçada por João Azevedo ao governo, luta no pleito deste ano para ocupar uma cadeira que até recentemente foi exercida pelo irmão Vital do Rêgo Filho. Vitalzinho renunciou ao posto ao ser nomeado pela então presidente Dilma Rousseff para ministro do Tribunal de Contas da União. Em seu lugar, ascendeu à titularidade o empresário Raimundo Lira, ex-PMDB, hoje PSD, que optou por não postular a reeleição em outubro, depois de uma reflexão sobre os riscos e desgastes da atividade política, conforme ele mesmo justificou em mensagem ao eleitorado paraibano.
O mandato de Vital foi conquistado em 2010 na disputa que também elegeu Cássio Cunha Lima (PSDB), este com 1.004.183 votos, um recorde que, de acordo com analistas, dificilmente se repetirá este ano. Veneziano, originalmente, tinha planos de disputar o governo do Estado pela legenda do PMDB, à qual estava filiado. Chegou à conclusão de que dificilmente conquistaria espaço nessa legenda para concorrer ao governo, diante da onipresença do senador José Maranhão, presidente do diretório estadual, que este ano concorre mais uma vez a governador. A saída de Veneziano do PMDB (hoje MDB) foi precipitada por sanção disciplinar que ele sofreu por parte da Executiva Nacional do partido, por ter votado favoravelmente à abertura de inquérito para apurar envolvimento do presidente Michel Temer em casos de propina. Mas Veneziano também votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff (PT).
Veneziano duela, em plena região de Campina, no Compartimento da Borborema, contra outros dois candidatos influentes Cássio Cunha Lima e a deputada estadual Daniella Ribeiro, do PP. Daniella empenha-se para quebrar um tabu e conseguir ser eleita primeira senadora na história recente da Paraíba. Ela é filha do vice-prefeito de Campina, Enivaldo Ribeiro, e irmã do deputado federal Aguinaldo Ribeiro, que foi ministro das Cidades no governo de Dilma Rousseff e atualmente é líder do governo Temer na Câmara. Embora tenha sido cortejada por outros candidatos e coligações, Daniella acabou se definindo por integrar a aliança que é encabeçada ao governo por Lucélio Cartaxo, do Partido Verde. Já antecipou que levantará a bandeira da mulher e do desenvolvimento econômico sustentável da Paraíba.
Veneziano foi prefeito de Campina Grande em duas oportunidades, derrotando o deputado federal Rômulo Gouveia, que faleceu recentemente. O páreo senatorial deste ano é avaliado pelos experts como acirrado, gerando situação de equilíbrio, pelas presenças, ainda, de Luiz Couto, deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores e Roberto Paulino, ex-governador, filiado aos quadros do MDB. Paulino ressalta que se apresentará ao eleitorado como candidato ficha limpa por não estar envolvido em irregularidades. Ele foi candidato a vice na chapa liderada por José Maranhão, vitoriosa no pleito de 1998. Com a renúncia de Maranhão para concorrer ao Senado em 2002, Paulino foi efetivado na titularidade e decidiu postular a reeleição. Conseguiu empurrar a disputa majoritária para o segundo turno, mas não logrou ser vitorioso ao governo, sendo derrotado por Cássio Cunha Lima. Maranhão, enquanto isso, conquistou a vaga de senador com 831 mil votos em uma coligação formada por quatro partidos. Veneziano tem dito que está confiante na perspectiva de triunfar ao Senado e destaca que o governador Ricardo Coutinho terá papel preponderante para fortalecer sua campanha, especialmente em João Pessoa.
Nonato Guedes